Primeiro caso mundial de gêmeas que envelhecem precocemente é registrado no Brasil

Naturais do interior da Bahia, as irmãs são as únicas gêmeas no mundo a apresentarem a condição rara

Primeiro caso de gêmeasFoto: Reprodução/Instagram

Compartilhe

O primeiro caso mundial de gêmeas diagnosticadas com a síndrome de Hutchinson-Gilford, também conhecida como progeria ou “síndrome do envelhecimento precoce”, foi registrado no Brasil. As meninas, naturais do interior da Bahia, são as únicas gêmeas no mundo a apresentarem essa condição rara, que afeta cerca de uma em cada 20 milhões de pessoas.

Elis e Eloá nasceram em maio de 2021 e são as caçulas de dez filhos de Elismar Lima Carneiro. O pai das meninas abandonou a família quando surgiram as suspeitas sobre a síndrome. Ele não chegou a registrar as filhas. As gêmeas moram com a mãe e dois irmãos, o estudante de marketing Guilherme Lago e a adolescente Maria Lima. Juntos, a família cuida das meninas e comemora cada progresso no desenvolvimento.

A progeria é uma doença genética caracterizada pelo envelhecimento acelerado. Crianças diagnosticadas com a síndrome começam a manifestar sinais de envelhecimento precoce nos primeiros anos de vida, com sintomas como queda de cabelo, pele fina e enrugada, além de problemas nas articulações. As complicações cardiovasculares são a principal causa de mortalidade, e a expectativa de vida dos pacientes geralmente varia entre 13 e 15 anos.

Para a família das gêmeas brasileiras, o diagnóstico trouxe desafios significativos. Além de lidar com os efeitos físicos da doença, a família das meninas enfrentam o estigma social e buscam tratamentos que possam melhorar a qualidade de vida das filhas. Embora não exista cura para a progeria, tratamentos paliativos e acompanhamento médico especializado podem ajudar a retardar os sintomas do envelhecimento.

O caso das gêmeas despertou o interesse da comunidade científica, já que a manifestação da progeria em gêmeas idênticas é extremamente rara. A doença é causada por uma mutação no gene LMNA, e o estudo desse caso único pode contribuir para o avanço das pesquisas e o desenvolvimento de terapias mais eficazes.

Leia também: Jovem vive com síndrome rara considerada ‘uma em um milhão’