Iris ainda está aqui. E vai permanecer

Foto: Lucas Valentin

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Elizeth Araújo

Se Iris Rezende Machado estivesse aqui faria 91 anos neste domingo, 22 de dezembro. Se estivesse aqui, veria o quão prestigiado foi o lançamento do Instituto Iris Rezende Machado, feito neste sábado, 21, por sua filha Ana Paula Rezende Craveiro com apoio de instituições de seus amigos. Se Iris estivesse aqui veria que o evento, realizado na Vila Mutirão (onde tudo começou), estava prestigiado não apenas por grandes personalidades políticas, formadores de opinião e imprensa, mas principalmente por pessoas “comuns” , que ele tanto sabia acolher.

Algumas dessas pessoas discursaram aos prantos contando que Iris transformou a vida delas para sempre. Uma disse chorando que em sua casa não tinha banheiro naquela época. E Iris foi quem resolveu. Pasmem! Uma realidade dura que ainda penaliza mais de 4 milhões de brasileiros. Outras pessoas falaram de suas vidas com Iris e deixaram muitos com os olhos marejados.

Os discursos de autoridades se seguiram por toda a manhã contando um pouco do muito que ele fez pelo Estado e por Goiânia. E também arrancaram lágrimas de muita gente. Lágrimas de emoção, de admiração, de saudade… Mas quem disse que Iris não estava lá? Sim, ele estava.

Nas primeiras horas da manhã, na chegada ao Colégio Estadual Edmundo Rocha, na Vila Mutirão, já podia-se ouvir o ensaio de instrumentos e do coro da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, com o sucesso Beijinho Doce, música que ele gostava e chegava até a cantar.

Tudo ali lembrava Iris. A estrutura dos mutirões, figuras folclóricas, como o palhaço Pirulito, emedebistas históricos e populares com seus cachorrinhos se acotovelando com as autoridades.

Muita gente, muita música, muito calor, muita comida, refrigerante, água, café e frutas. Não faltou o pão de queijo que ele sempre servia a quem o visitasse no 5° andar do Paço. Sempre regado a muitas histórias. E histórias não faltaram no lançamento do instituto.

O clima político chegou a lembrar as festas de aniversário que reunia milhares de admiradores na fazenda de Guapó. Iris recebia todo mundo na porta da casa com forte abraço em cada um. Era tanta gente a ser abraçada que ele trocava a camisa ensopada de suor por várias vezes.

Neste sábado, 21, Iris estava ali, na Vila Mutirão. Também na herdeira de seu carisma político, a filha Ana Paula, disputada a cada passo para fotos e abraços.

Todo esse burburinho, que atravessou a manhã, era acompanhado de um cheirinho especial. O da famosa galinhada servida nos mutirões. A cara de Iris. E era a mesma cozinheira dos mutirões. No final da solenidade, uma fila gigantesca se formou para degustar o arroz com frango, acompanhado de tutu de feijão e vinagrete.

A exemplo dos mutirões, o atendimento ao público continuou até o fim da tarde e continua neste domingo, 22. Com a presença de Iris. Em cada canto, em cada lembrança, em cada sorriso ou choro. Viva o Instituto Iris Rezende Machado, que veio para eternizar essas memórias!

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