Nos últimos anos, um fenômeno tem chamado a atenção nas redes sociais e na mídia: os therians. Essas pessoas se identificam, em algum nível, com animais, acreditando que possuem uma conexão espiritual, mental ou até física com determinada espécie. Diferente dos furries, que apreciam a estética e a cultura de personagens antropomórficos, os therians sentem que, de alguma forma, pertencem ao mundo animal.
O que é ser um therian?
O termo therianthropy vem do grego (theríon, que significa “animal selvagem”, e anthropos, que significa “homem”) e se refere à crença de que uma pessoa pode ter uma identidade ligada a um animal. Isso pode se manifestar por meio de comportamentos, como andar de quatro, imitar sons de animais, bem como sentir impulsos instintivos. Alguns relatam até experiências espirituais ou psicológicas que reforçam essa identificação.
Comportamento e motivação
Os therians geralmente expressam sua identidade animal de maneiras sutis, como através de movimentos corporais ou de hábitos específicos. Outros, porém, vão além e utilizam acessórios, como orelhas e caudas falsas, ou tentam reproduzir a postura e os gestos do animal com o qual se identificam.
As motivações para essa conexão variam. Alguns acreditam que tiveram vidas passadas como animais, outros veem isso como uma expressão psicológica ou emocional. Há também teorias que associam o fenômeno a condições neurodivergentes, como o autismo, ou a um mecanismo de fuga da realidade.
Quantos therians existem no mundo?
Não há um número oficial de therians globalmente, já que muitos preferem não divulgar sua identidade. No entanto, comunidades online dedicadas ao tema, como fóruns e grupos em redes sociais, reúnem milhares de membros. O fenômeno se popularizou especialmente nos Estados Unidos e na Europa, mas também há registros de adeptos em diversos países, incluindo o Brasil.
O caso do japonês que virou “cachorro”
Um dos casos mais famosos ligados à therianthropy ganhou destaque em 2022, quando um homem japonês gastou cerca de R$ 75 mil em uma fantasia ultrarrealista para se transformar em um cachorro da raça collie. Conhecido como Toco, ele encomendou o traje de uma empresa especializada em efeitos especiais para realizar o sonho de parecer um animal. Embora Toco não se identifique oficialmente como um therian, sua história trouxe à tona debates sobre identidade, comportamento humano e o desejo de algumas pessoas de transcender os limites da própria espécie.
Um fenômeno ainda pouco compreendido
A therianthropy segue como um tema controverso e pouco estudado. Para alguns, trata-se de uma identidade legítima e uma forma de autoconhecimento; para outros, é vista como um comportamento incomum ou até excêntrico. O fato é que, em um mundo cada vez mais diverso e conectado, a comunidade therian continua crescendo e desafiando os limites do que significa ser humano.
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