Especialista explica sobre restrições indevidas ao crédito e reforça direitos dos consumidores

Uélicon Venâncio afirma que a inclusão em listas de restrição pode ser indevida e destaca os direitos dos negativados para a remoção do nome

Especialista explica sobre restriçõesFoto: divulgação

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Especialista explica sobre restrições indevidas ao crédito e reforça direitos dos consumidores.

Com a renda dos brasileiros cada vez mais apertada e insuficiente para as famílias, o número de inadimplentes no país chegou aos 69 milhões de pessoas.

Os dados estão conforme o Indicador de Inadimplência, realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

A pesquisa mostra que quatro entre 10 brasileiros estão com o nome sujo, dificultando o acesso ao crédito.

E, assim, diminuindo ainda mais o poder de consumo, sem possibilidade para financiamento de imóveis, automóveis ou conseguir um cartão de crédito.

Além de inúmeras ligações de cobrança, ter o nome com registro negativo desgasta e prejudica quem precisa de crédito.

Análise

O especialista em finanças e CEO do Grupo Renova Crédito, Uélicon Venâncio, explica que a legislação brasileira permite que o nome retirado dos órgãos de proteção ao crédito antes mesmo da renegociação das dívidas.

“O SPC, Serasa e Boa Vista são empresas privadas pagas por bancos e comércio para expor o nome dos negativados sem autorização dos devedores. Da forma como fazem é uma exposição indevida, não permitida pela legislação brasileira. É possível retirar esse apontamento, mas a dívida não vai deixar de existir”, pontua.

O especialista lembra ainda que essencial as dívidas negociadas com os credores.

E ressalta que logo após a retirada do apontamento nos órgãos de proteção ao crédito o devedor consegue fazer negociações.

Essas, mais vantajosas, com redução de multas e juros abusivos, já que não há mais uma penalidade com a restrição do nome.

“Ter crédito é essencial para as pessoas que precisam equilibrar suas finanças, até mesmo para honrar suas dívidas. Inclusive, limpar o nome pode ajudar o devedor a arrumar um emprego melhor e, consequentemente, negociar esse saldo e pagar o que deve”, conforme reforça.

Uélicon atua na área de recuperação de crédito há mais de oito anos e, somente em 2024, realizou mais de 30 mil atendimentos de negativados em busca da solução.

O CEO lembra que é fundamental que as pessoas realizem os acordos dentro de suas possibilidades, para assim não comprometer suas receitas e cair novamente na inadimplência.

“É fundamental que a pessoa tenha controle entre o que ganha e o que gasta, para fazer uma negociação dentro da sua realidade e consiga cumprir o acordo. Na dúvida, sempre procure um especialista para auxiliar”.

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