Ministros que tomaram posse com José Sarney na redemocratização em 1985

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Em 15 de março de 1985, o Brasil viveu um momento histórico com o fim de 21 anos de ditadura militar e o início da redemocratização. Na data, José Sarney assumiu a Presidência da República de forma interina devido à doença de Tancredo Neves, eleito presidente pelo Colégio Eleitoral em janeiro daquele ano.

Com Sarney, 21 ministros tomaram posse para compor o novo governo. Por isso, conheça quem foram esses ministros e como esse período marcou a história política do país.

Ministros empossados com José Sarney em 1985

Dos 21 ministros que assumiram em 1985, cinco estão vivos atualmente:

  • Pedro Simon: Ministro da Agricultura (1985-1986), hoje com 95 anos.
  • Nélson de Figueiredo Ribeiro: Ministro da Reforma e do Desenvolvimento Agrário (1985-1986), hoje com 94 anos.
  • Flávio Rios Peixoto da Silveira: Ministro do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (1985-1986), hoje com 79 anos.
  • Ronaldo Costa Couto: Ministro do Interior (1985-1987), hoje com 82 anos.
  • Almir Pazzianotto Pinto: Ministro do Trabalho (1985-1988), hoje com 88 anos.

Por outro lado, outros 16 ministros, que já faleceram, também fizeram parte do governo de Sarney:

  • Aluízio Alves: Ministro de Estado Extraordinário para Assuntos de Administração (1985-1986).
  • Octávio Júlio Moreira Lima: Ministro da Aeronáutica (1985-1990).
  • Renato Archer: Ministro da Ciência e Tecnologia (1985-1987).
  • José Aparecido de Oliveira: Ministro da Cultura (1985-1985).
  • Marco Maciel: Ministro da Educação (1985-1986).
  • Leônidas Pires Gonçalves: Ministro do Exército (1985-1990).
  • Francisco Dornelles: Ministro da Fazenda (1985-1985).
  • Roberto Herbster Gusmão: Ministro da Indústria e do Comércio (1985-1986).
  • Fernando Lyra: Ministro da Justiça (1985-1986).
  • Henrique Saboia: Ministro da Marinha (1985-1990).
  • Waldir Pires: Ministro da Previdência e Assistência Social (1985-1986).
  • Carlos Sant’Anna: Ministro da Saúde (1985-1986).
  • Antônio Carlos Magalhães: Ministro das Comunicações (1985-1990).
  • Aureliano Chaves: Ministro de Minas e Energia (1985-1988).
  • Olavo Setúbal: Ministro das Relações Exteriores (1985-1986).
  • Affonso Camargo Neto: Ministro dos Transportes (1985-1986).

Tensão na véspera da posse

A véspera da posse de José Sarney gerou tensão política e incertezas. Em 14 de março de 1985, médicos internaram Tancredo Neves e realizaram uma cirurgia de emergência, impedindo-o de participar da cerimônia de posse.

Na época, a legislação determinava que o vice-presidente só poderia assumir interinamente caso o presidente eleito tivesse sido empossado anteriormente. Para garantir a transição, o deputado Ulysses Guimarães e outros líderes políticos elaboraram um documento permitindo que Sarney assumisse mediante um laudo médico atestando a incapacidade de Tancredo.

Além disso, rumores apontavam que militares poderiam orquestrar um golpe para impedir a posse de civis. No entanto, com o apoio do Congresso Nacional, Sarney assumiu o cargo de forma interina em 15 de março de 1985.

A redemocratização e a constituição de 1988

O governo de José Sarney desempenhou um papel fundamental na consolidação da redemocratização do Brasil. Durante seu mandato, o país avançou em direção às liberdades democráticas e aos direitos civis.

Um dos marcos desse período foi a promulgação da Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, que garantiu direitos fundamentais e restabeleceu o Estado Democrático de Direito no Brasil.

Por consequência, com a transição do regime militar para a democracia, o país iniciou um novo ciclo de participação popular e de fortalecimento das instituições democráticas, encerrando um período de censura e repressão.

Conclusão

Em resumo, a posse de José Sarney e de seus ministros em 1985 representou um marco histórico na política brasileira, simbolizando o início de uma nova era de liberdade e democracia. Esse momento crucial na história do Brasil se consolidou com a promulgação da Constituição de 1988, que reafirmou os valores democráticos e os direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros.

*Com informações da Agência Senado e João Scavacin, da CNN