EUA expulsam embaixador da África do Sul após críticas contra Trump

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Tensões crescentes entre EUA e África do Sul

Durante o evento do G20 na África do Sul, no mês passado, o presidente Cyril Ramaphosa afirmou que teve uma “ligação maravilhosa” com Donald Trump logo após ele assumir o cargo, em janeiro. No entanto, ele reconheceu que, com o tempo, as relações começaram a “sair um pouco dos trilhos”.

Expulsão do embaixador Sul-Africano

A expulsão do embaixador sul-africano dos Estados Unidos marca um ponto alto nas tensões entre os dois países. Em fevereiro, Trump anunciou a suspensão da ajuda americana à África do Sul. A razão citada foi uma nova legislação que permitiria o confisco de terras de fazendeiros brancos.

A Lei de expropriação de terras

A lei, aprovada em janeiro, permite ao governo expropriar terras em certas circunstâncias. Isso inclui quando a terra não está sendo usada ou quando há interesse público na redistribuição. O governo sul-africano afirma que a medida não é uma licença para tomar terras sem compensação. O objetivo é chegar a acordos com os proprietários.

Histórico sensível da questão fundiária

A questão da terra é altamente sensível na África do Sul. Durante o apartheid, muitos sul-africanos negros foram forçados a deixar suas terras. Essas propriedades passaram a ser controladas por brancos. Hoje, os fazendeiros brancos ainda controlam dois terços das terras cultiváveis, embora representem apenas 8% da população.

Reações de Trump e seus aliados

Trump e seus aliados, como o bilionário Elon Musk, criticam a lei. Eles a veem como uma discriminação contra os brancos, especialmente em relação aos assassinatos de fazendeiros. No entanto, especialistas acreditam que esses assassinatos estão mais relacionados aos altos índices de violência do que a um “genocídio” contra brancos.

Programa de refugiados para fazendeiros brancos

A Casa Branca também pediu ao Departamento de Estado que estude a inclusão de fazendeiros brancos no programa de refugiados dos EUA. Isso ocorre em meio a críticas sobre a situação das terras na África do Sul.

Impacto da suspensão de ajuda americana

A suspensão da ajuda, estimada em US$ 400 milhões por ano, afeta programas essenciais no país. Isso inclui o combate ao HIV, que atinge cerca de 12% da população. Com o corte de recursos, várias clínicas de saúde já fecharam. O futuro dos programas de assistência é incerto.

Repercussões de uma política externa controversa

A decisão de Trump também tem a ver com a postura da África do Sul em questões internacionais. Em particular, sua posição em relação ao processo contra Israel na Corte Internacional de Justiça. Como resposta, Trump impôs sanções a membros do Tribunal Penal Internacional. Ele afirmou que os EUA não podem apoiar a política externa sul-africana, que enfraquece seus interesses globais.

Essa suspensão coloca em risco décadas de apoio financeiro dos EUA à África do Sul. O valor total enviado ao país nos últimos 20 anos chega a US$ 8 bilhões.