Pai de Sarah Raíssa Pereira de Castro, de 8 anos, Cássio Maurilio, anunciou que processará tanto a empresa fabricante do desodorante aerosol quanto o aplicativo de vídeos curtos onde circulava o desafio que levou à morte da filha. A menina inalou o gás do produto como parte de uma tendência viral, e teve morte cerebral confirmada no domingo, 13 de abril.
Sarah foi internada na última quinta-feira (10/4) no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) após inalar o gás de um desodorante da marca Old Spice, segundo o próprio pai. A prática fazia parte de um “desafio” viralizado em aplicativos de vídeo, que incentiva usuários a inalarem o conteúdo de sprays aerosol.
A menina sofreu uma parada cardiorrespiratória e, apesar de reanimada após uma hora de tentativas médicas, não respondeu mais a estímulos. E assim a morte cerebral confirmada dias depois.
Em entrevista, Cássio afirmou que tanto o aplicativo quanto a fabricante do desodorante são igualmente responsáveis pela tragédia. Ele também gravou um vídeo denunciando a ausência de alertas claros sobre os riscos do produto.
“A embalagem não tem nenhum aviso em destaque sobre risco à saúde ou morte. Isso aqui é um desafio da internet que deixou minha filha nessa situação. Essa empresa será processada. Ela tem que pagar”, assim declarou Cássio.
A marca de desodorante em questão, Old Spice, destacada no vídeo gravado pelo pai após a hospitalização de Sarah.
Aplicativo alvo de investigação
Inicialmente, divulgado que o vídeo com o desafio visto no TikTok. No entanto, durante o velório da menina, uma tia afirmou que o conteúdo foi no aplicativo Kwai. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ainda não confirmou oficialmente qual foi a plataforma envolvida.
“Essas plataformas não criam mecanismos eficazes para impedir conteúdos perigosos”, conforme criticou Cássio.
A 15ª Delegacia de Polícia de Ceilândia (15ª DP) conduz as investigações para identificar como Sarah teve acesso ao conteúdo. O delegado João Ataliba Neto, titular da unidade, declarou que o responsável pela publicação do vídeo poderá responder por homicídio duplamente qualificado, com pena que pode chegar a até 30 anos de prisão.
“Ela inalou o desodorante, o gás cortou o ar do corpo dela, e isso causou a parada cardiorrespiratória. Foi isso que tirou a vida da minha filha”, assim afirmou Cássio.
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