Parque Areião é campo de estudo sobre desenvolvimento dos macacos-prego

Estudo comparativo é desenvolvido pela USP e Fapesp. Fatores como interação entre humanos e animais e o desenvolvimento dos últimos são analisados e resultados servirão de apoio às ações do poder público

Parque Areião é campo de estudoFoto: divulgação

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Parque Areião é campo de estudo sobre desenvolvimento dos macacos-prego, da Universidade de São Paulo. Que assim tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), e a primeira etapa será até o mês de agosto.

Em Goiânia, o estudo se dedica, especialmente, a analisar as interações entre humanos e animais e quais são os benefícios e malefícios destas na ontogenia dos macacos.

Os resultados apresentados para a comunidade e servirão de amparo para ações do poder público no sentido de preservar o meio ambiente e proteger a fauna desses locais.

“Este trabalho é importantíssimo e, sem dúvidas, contribuirá para nossas futuras ações e diretrizes” informou a presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Zilma Peixoto, que é responsável pela gestão dos parques de Goiânia.

A gestora também explicou que o estudo vai ao encontro das diretrizes da Amma. “A equipe de educação ambiental já atua diariamente no parque Areião, e em outros espaços de lazer, orientando quanto aos perigos das interações. Também reconhecemos a relevância do macaco-prego e, inclusive, temos o intuito de dedicar uma das casas da Vila Ambiental especialmente para a espécie”, detalha.

Brasil

A pesquisa coordenada pela pesquisadora doutora Patrícia Izar, da USP, e está sendo desenvolvida em outros oito parques do Brasil.

Em Goiânia, o pós-doutorando Tulio Costa Lousa e o mestre Rodrigo Mariano são os responsáveis pela coleta de dados no Parque Areião, que observam as interações que ocorrem entre os macacos prego e as pessoas que transitam pelo local.

“As interações não são necessariamente ruins e vão acontecer. Mas atitudes como dar alimentos para os primatas é prejudicial para os animais e perigoso para os humanos” explicou Tulio.

Outro comportamento que o pesquisador já observou ser nocivo é passear com cães sem coleira. “Os macacos atacados pelos cães e também atacam. Desde o início do nosso estudo, duas mortes de macacos por cães ocorreram e também vi macacos atacando cães pequenos” conforme explicou.

Após a primeira fase observacional, o grupo aplicará um questionário para que os dados sejam somados às demais informações. Assim como os resultados apresentados em artigos científicos e em palestras voltadas para a educação ambiental.

O gerente de Formulação de Educação, Política e Pesquisas Ambientais da Amma, Pedro Baima, explicou que as informações resultantes da pesquisa contribuirão para a criação do centro de estudos sobre os macacos-prego, no Parque Areião, que a Amma planeja.

“Este projeto tem o intuito de sensibilizar a população para que reconheça cada vez mais a importância ecossistêmica desses animais. Eles são grandes dispersores de sementes e, quando são alimentados de forma indevida, além de todos os malefícios para os próprios, também há o prejuízo de todo o ciclo biológico existente. É isso que precisamos que todos entendam”, assim finalizou Pedro Baima.

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