Em um movimento político estratégico de olho nas eleições de 2026, os partidos União Brasil (UB) e Progressistas (PP) firmaram, na noite desta quarta-feira (24/04), em Brasília, um acordo para a criação de uma federação partidária. O novo bloco, que deve ser batizado de “União Progressista”, terá como principal aposta eleitoral a pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), à Presidência da República. O anúncio oficial está marcado para a próxima terça-feira (29/04), na capital federal.
Caiado, o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, e o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), fecharam a articulação durante uma reunião. Em seguida, após o encontro, os líderes participaram do lançamento do livro do deputado federal Marcos Pereira (Republicanos), em evento no Espaço Alvorada. A ocasião, que reuniu parlamentares, ministros e lideranças de todo o país, acabou se tornando um ato simbólico da nova aliança entre UB e PP.
Dessa forma, com a formalização da federação, o bloco passará a contar com 108 deputados federais, formando a maior bancada da Câmara. Com 13 senadores será a terceira maior do Senado. As duas legendas também passam a controlar cerca de 20% do Fundo Partidário. Esse fator deve garantir a Caiado recursos e estrutura para viabilizar uma campanha presidencial de alcance nacional.
Agenda e apoio
Até as convenções partidárias, previstas para julho de 2026, Caiado intensificará a agenda como pré-candidato. Neste final de semana, ele participa de eventos do agronegócio em Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP). No mês seguinte retoma visitas aos estados do Norte e Nordeste.
Durante o lançamento do livro A Inconstitucionalidade de Leis Brasileiras: Entre Causas e Efeitos, de autoria do deputado Marcos Pereira, Caiado elogiou o colega e ressaltou o simbolismo do encontro. “Estamos em um momento de um gesto suprapartidário pelo reconhecimento da trajetória do Marcos Pereira, com o conhecimento que ele tem, com a formação jurídica também”, afirmou o governador. Conforme ele, encontros como aquele reforçam o valor do diálogo democrático e da convivência institucional entre partidos e poderes.
Marcos Pereira defendeu, em sua fala, o equilíbrio entre os poderes e a responsabilidade no processo legislativo. “A gente reclama tanto da judicialização da política e da politização do Judiciário, então é preciso uma reflexão sobre isso”, disse. De acordo com o deputado, “oito em cada dez ações constitucionais são procedentes no mérito do Supremo, e uma parcela significativa, praticamente um terço delas, são propostas por partidos políticos”.
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