O Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO) se une ao Conselho Federal de Farmácia (CFF) e aos demais conselhos regionais do Brasil na realização da campanha nacional pelo Uso Racional de Medicamentos (URM), que ocorre entre os dias 5 de maio e 5 de junho.
A iniciativa é uma mobilização anual que visa conscientizar a população sobre os perigos do uso indiscriminado de medicamentos. E a importância da atuação e orientação farmacêutica no tratamento dos pacientes.
Nesta edição, o objetivo da campanha é destacar que o farmacêutico é peça-chave para o uso racional de medicamentos. Como elo mais acessível entre a população e o sistema de saúde, o profissional pode orientar sobre o uso correto dos medicamentos, prevenir riscos, evitar intoxicações e reduzir danos provocados pela automedicação.
A presidente do CRF-GO, Lorena Baía, destaca que a campanha do Uso Racional de Medicamentos (URM) é uma oportunidade essencial para conscientizar a população sobre a importância do uso seguro e responsável de medicamentos. No entanto, ela ressalta que essa atenção deve ser constante, não apenas durante o mês da campanha, mas ao longo de todo o ano e da vida.
“É urgente que as pessoas compreendam os riscos graves do uso indiscriminado de medicamentos. O farmacêutico é um aliado indispensável nesse processo, orientando sobre a administração correta dos medicamentos, incluindo a dosagem e o horário adequados. Com essa orientação, é possível evitar interações medicamentosas perigosas e intoxicações”, explica Lorena.
Ela também destaca a importância da atuação multiprofissional no cuidado à saúde, enfatizando que “a saúde do Brasil é construída de forma colaborativa. E é essa união entre os profissionais de saúde, incluindo o farmacêutico, que protege o paciente. Estamos todos juntos nesse compromisso”, conforme reforça a presidente do CRF-GO.
Urgência
Os números reforçam a urgência do tema. De acordo com dados de pesquisa realizada pelo ICTQ/Datafolha (2024), mais de 90% dos brasileiros se automedicam. 64% confiam no farmacêutico para reduzir danos da automedicação. Assim como 54% confiam no farmacêutico para orientar o uso seguro de medicamentos. E o SUS gasta R$ 62 bilhões por ano com danos provocados pelo uso inadequado de medicamentos.
Em Goiás, o cenário também é alarmante. De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), do Ministério da Saúde, os casos de intoxicação por medicamentos aumentaram 70% entre 2020 e 2024, evidenciando a gravidade do problema:
Em 2020: 2.625 casos, seguido de 3.189 casos em 2021. Assim como 3.831 registros em 2022, 4.449 casos em 2023, e em 2024, 4.474 casos.
No total, foram registrados 18.568 casos de intoxicação por uso indevido de medicamentos nos últimos cinco anos, ficando atrás apenas dos acidentes com animais peçonhentos.
Conscientização
Para Lorena Baía, presidente do CRF-GO, dados como esses refletem a realidade enfrentada pelo Brasil e ressaltam a necessidade urgente de conscientização. “A crescente incidência de intoxicações é um reflexo direto da automedicação e do uso inadequado de medicamentos. Campanhas como essa são fundamentais para alertar a população sobre os riscos graves que a automedicação pode causar. Incluindo o agravamento de doenças, óbitos e complicações severas. O uso indevido de antimicrobianos, por exemplo, pode levar à resistência bacteriana, um dos maiores desafios para a saúde global, conforme apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, assim afirma Lorena.
Ela reforça que a orientação profissional, especialmente do farmacêutico, é essencial para garantir a segurança no uso de medicamentos. “Com uma atuação responsável e orientação adequada, é possível preservar a eficácia dos tratamentos e garantir que a população tenha acesso a medicamentos seguros e eficazes”, conforme conclui Lorena Baía.
A campanha do URM surgiu em 1999 por iniciativa do movimento estudantil de Farmácia. E, desde então, tornou-se uma referência nacional na defesa da saúde pública. Ao longo de um mês inteiro, ações sociais, cursos, atendimentos à população. Assim como lives e outras atividades educativas nos estados, de acordo com a programação de cada regional.
Leia também: Goiânia lidera geração de emprego entre cidades goianas, aponta Caged