Maio Laranja reforça alerta sobre abuso sexual infantil. O mês é de mobilização nacional de enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
Criado em referência ao dia 18 de maio — data instituída sob a Lei Federal nº 9.970/2000 — o Maio Laranja busca sensibilizar a sociedade sobre a gravidade dessas violações e a importância da prevenção, denúncia e proteção da infância.
De acordo com o Instituto Liberta, estima-se que mais de 500 mil crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual todos os anos no Brasil.
Mas um número alarmante que esconde uma subnotificação ainda mais grave: apenas 7,5% dos casos são denunciados às autoridades. Muitas vezes, o medo, a vergonha e a falta de apoio impedem que vítimas ou familiares procurem ajuda. Por isso, falar sobre o tema, informar e acolher é fundamental.
Encontro
A deputada federal Flávia Morais (PDT) compartilhou nas redes sociais o encontro com a jornalista Kariny Bianca, sobrevivente de abuso sexual na infância. Kariny falou sobre a violência que sofreu, os sinais que podem ajudar a identificar casos de abuso, e também sobre sua trajetória, seu livro e sua atuação na conscientização e prevenção da violência sexual contra crianças.
“É uma situação grave, muito recorrente e muitas vezes fica escondida. Uma situação que ninguém sai falando, muitas das vezes, ela (os abusos) acontecem ali no lar, de uma casa e ali ficam. Então, eu acho que precisamos enfrentar, combater, e eu acho que é com esclarecimento, observando os sinais o melhor caminho” declarou a deputada federal em entrevista.
Um dos pilares da campanha Maio Laranja é alertar os responsáveis para os sinais que podem indicar situações de abuso. Mudanças repentinas de comportamento, isolamento, agressividade, medo de determinados adultos ou locais e regressão em comportamentos infantis podem ser indicativos. O diálogo aberto e o acolhimento são ferramentas essenciais para que crianças se sintam seguras para relatar situações traumáticas.
“Os meus sinais foram tão imperceptíveis, eu não queria que minha mãe soubesse porque fiquei com medo do que ela faria com o agressor se ela descobrisse”, contou Kariny Bianca, ao ser perguntada sobre quais sinais poderiam ter ajudado a mãe dela a perceber o que havia acontecido. “Existem sinais diversos, depende muito da pessoa […] Eu me retraí, eu me curvava […], eu vestia roupas muito largas porque eu queria esconder meu corpo”, completou a jornalista goiana.
Disque 100
Denúncias de abuso sexual infantil feitas de forma anônima por meio do Disque 100, canal nacional gratuito de proteção aos direitos humanos. Também é possível procurar o Conselho Tutelar, a Delegacia da Criança e do Adolescente ou o Ministério Público.
As campanhas trabalhadas por diversos veículos, instituições e parlamentares até aqui destacam frequentemente que o silêncio protege o agressor e causa danos permanentes na vida das vítimas. Campanhas como o Maio Laranja e ações como as da deputada Flávia Morais são fundamentais para romper o ciclo da violência. A proteção da infância deve ser um compromisso de todos — famílias, escolas, sociedade civil e poder público.
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