O governo federal publicou, na quinta-feira (23), um decreto que aumenta as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). As novas regras passaram a valer desde ontem e devem afetar diretamente quem viaja para o exterior, faz compras internacionais, contrata empréstimos ou utiliza crédito no Brasil.
O aumento do IOF incide sobre operações financeiras diversas, desde compras no cartão internacional até financiamentos e modalidades específicas de previdência privada.
O que muda com o aumento do IOF?
Viagens internacionais e compras no exterior
- Cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais, além de cheques de viagem, terão o IOF elevado de 3,38% para 3,5%.
Isso significa que qualquer compra feita fora do país — presencial ou online — ficará mais cara. - A compra de moeda estrangeira em espécie, como dólar, euro e outras, terá o IOF aumentado de 1,1% para 3,5%.
Este é um aumento expressivo, que pode triplicar o custo para quem adquire dinheiro vivo em casas de câmbio.
Por exemplo, na compra de US$ 1.000, o imposto que antes era de US$ 11 passa a ser de US$ 35.
Empréstimos, financiamentos e crédito
O aumento do IOF também atinge as operações de crédito, como empréstimos pessoais, crédito rotativo, financiamentos, consignados e antecipação de recebíveis.
- A alíquota adicional na abertura do contrato subiu de 0,38% para 0,42%.
- O IOF diário, que incide sobre o saldo devedor enquanto houver dívida, aumentou de 0,0082% para 0,0085% ao dia.
Apesar de pequenos percentuais, esse ajuste pode elevar o custo total das operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas.
Previdência privada
A modalidade VGBL financiado, que permite aportes por meio de empréstimo, também sofre aumento do IOF na contratação, que sobe de 0,38% para 0,42%.
Por que o governo aumentou o IOF?
Segundo o Ministério da Fazenda, o objetivo é reforçar a arrecadação diante do aumento das despesas públicas e para ajudar a cumprir as metas fiscais do ano. A expectativa é arrecadar bilhões de reais a mais nos próximos meses.
Especialistas, no entanto, alertam que o aumento do imposto ocorre num momento em que o crédito já está caro, o que pode frear o consumo e investimentos, além de impactar o orçamento dos brasileiros.
Quem será mais impactado?
- Pessoas que planejam viajar ao exterior e comprar moeda estrangeira.
- Consumidores que fazem compras internacionais.
- Usuários de cartões de crédito para transações no exterior.
- Clientes que contratam empréstimos, consignados ou financiamentos.
- Empresas que antecipam recebíveis.
- Investidores na modalidade de previdência privada VGBL financiado.
Como minimizar os impactos?
- Planeje viagens com antecedência e compare opções de cartões e casas de câmbio.
- Avalie se é mais vantajoso usar cartão ou comprar moeda em espécie.
- Para compras internacionais, considere antecipar aquisições antes de possíveis novas altas no dólar ou impostos.
- Ao contratar crédito, pesquise e compare o custo efetivo total entre diferentes instituições.
- Reavalie investimentos em previdência financiada e busque alternativas.
Resumo das principais mudanças no IOF
Operação | Antes | Agora |
---|---|---|
Cartões internacionais e cheques de viagem | 3,38% | 3,5% |
Compra de moeda em espécie | 1,1% | 3,5% |
IOF na abertura de crédito | 0,38% | 0,42% |
IOF diário sobre saldo devedor | 0,0082% | 0,0085% |
Previdência (VGBL financiado) | 0,38% | 0,42% |
Conclusão
O aumento do IOF impacta diretamente quem consome no exterior e quem utiliza crédito no mercado interno. Com o dólar em patamares elevados, a mudança exige mais planejamento financeiro para evitar surpresas no orçamento.