Ter noites mal dormidas pode causar mais do que cansaço e mau humor. Um estudo recente publicado na revista científica Neurology revelou que a má qualidade do sono está associada a um envelhecimento cerebral precoce, podendo acelerar em até 2,6 anos a deterioração das funções cognitivas.
De acordo com o estudo, foram acompanhados 589 adultos com idade média de 40 anos por um período de 15 anos. Os participantes relataram seus hábitos de sono e realizaram exames cerebrais periódicos. Aqueles que apresentaram duas ou três características de sono ruim — como dificuldade para adormecer, sono fragmentado e sonolência excessiva durante o dia — mostraram uma idade cerebral média 1,6 ano superior à cronológica. Nos casos em que mais de três problemas estavam presentes, o envelhecimento cerebral chegou a 2,6 anos acima do esperado.
Embora o estudo não comprove uma relação direta de causa e efeito, os cientistas ressaltam que a associação entre distúrbios do sono e atrofia cerebral é significativa. “Trata-se de um alerta importante para a adoção de estratégias de melhora do sono ainda na meia-idade, como forma de preservar a saúde cerebral a longo prazo”, explicam os autores.
Como melhorar a qualidade do sono
Diante dos riscos envolvidos, especialistas reforçam a importância de boas práticas para dormir melhor. Confira algumas dicas:
- Estabeleça uma rotina: tente dormir e acordar sempre nos mesmos horários, mesmo nos fins de semana.
- Crie um ambiente propício: mantenha o quarto escuro, silencioso e em temperatura agradável.
- Evite telas antes de dormir: a luz azul de celulares e TVs interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono.
- Cuidado com a alimentação: evite cafeína, álcool e refeições pesadas nas horas que antecedem o sono.
- Pratique atividades relaxantes: ler, ouvir músicas calmas ou tomar um banho quente pode ajudar o corpo a desacelerar.
- Atividade física regular: exercícios ajudam a regular o sono, mas evite-os perto da hora de dormir.
A saúde do cérebro começa no travesseiro. Dessa forma, dormir bem é um dos pilares para manter a mente jovem, ativa e protegida contra doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Portanto, se o sono ruim for frequente, a orientação é buscar acompanhamento médico.
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