Netflix anuncia minissérie sobre acidente com Césio-137 em Goiânia

Caso é considerado o maior desastre radiológico da história fora de uma usina nuclear

Netflix anunciou minissérie

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A Netflix anunciou a produção da minissérie brasileira sobre o acidente com o Césio-137 ocorrido em Goiânia, em 1987. Emergência Radioativa vai retratar o caso, que é considerado o maior desastre radiológico da história fora de uma usina nuclear e ainda carrega traumas e aprendizados para a saúde pública e a gestão de riscos no Brasil.

Criada por Gustavo Lipsztein, dirigida por Fernando Coimbra (Os Enforcados) e produzida pela Gullane, a série terá como foco a atuação de físicos e médicos na corrida contra o tempo para salvar milhares de vidas e conter os efeitos da contaminação. “Emergência Radioativa resgata, por meio da ficção, um evento histórico quase esquecido no país, mas que diz muito sobre a sociedade brasileira”, afirmou Coimbra.

A narrativa terá múltiplos pontos de vista, com destaque para vítimas, profissionais da saúde, bem como cientistas — protagonistas raros na teledramaturgia nacional.

Ainda sem data oficial de estreia ou elenco divulgado, Emergência Radioativa integra o pacote de novas produções brasileiras da Netflix. Também estão previstas obras como documentários sobre Ronaldinho Gaúcho e Neymar, além de um filme inspirado no caso Elize Matsunaga.

Césio 137

O acidente ocorreu após dois catadores encontrarem um equipamento de radioterapia abandonado em uma clínica desativada. Sem saber do perigo, eles manipularam a cápsula de césio, encantados com o pó brilhante, e espalharam o material radioativo por diversos pontos da cidade. Ao todo, quatro pessoas morreram. O material radioativo ainda contaminou mais de 600 pessoas. Além disso, o governo precisou demolir ou isolar centenas de imóveis.

A tragédia expôs falhas na fiscalização de resíduos radioativos e provocou um dos maiores esforços de descontaminação já realizados em ambiente urbano. Além disso, as consequências do acidente ainda reverberam, tanto na memória dos goianienses quanto nos protocolos nacionais de segurança nuclear.

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