Bolsonaro nega à PF contato com governo Trump para buscar sanções

Ex-presidente diz que filho tem atuação independente nos EUA

Bolsonaro negou promover sançõesFoto: Antônio Augusto/STF

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O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento nesta quinta-feira (05/06) à Polícia Federal (PF) e negou ter feito contato autoridades do governo dos Estados Unidos para promover sanções contra autoridades brasileiras, entre as quais, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro depôs no inquérito que investiga se o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tentou incitar o governo dos Estados Unidos a tomar medidas contra o ministro, escolhido relator do caso por também comandar ações da trama golpista e o inquérito das fake news.

De acordo com Moraes, Bolsonaro deve prestar esclarecimentos por ser “diretamente beneficiado” pelas ações do filho e ter declarado à imprensa que estava pagando as despesas deste no exterior.

Em março deste ano, Eduardo pediu licença de 122 dias do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos.

Durante o depoimento, o ex-presidente disse que não fez nenhum contato com autoridades norte-americanas para tratar de possíveis sanções.

Além disso, Bolsonaro também disse que Eduardo tem atuação independente nos Estados Unidos e que não participa de seus atos.

“Que as ações realizadas por Eduardo Bolsonaro são independentes e realizadas por conta própria; que não auxilia ou determina a Eduardo Bolsonaro qualquer tipo de ação nos Estados Unidos”, diz trecho do depoimento.

Conforme o ex-presidente afirmou aos delegados que tomaram o depoimento, os “Estados Unidos não aplicariam sanções por lobby [pressão] de terceiros”.

Envio de recursos

Na mesma oitiva, Bolsonaro confirmou que enviou R$ 2 milhões para bancar as despesas de Eduardo nos Estados Unidos.

De acordo com o ex-presidente, os valores que ele repassou são diretamente de sua conta bancária. O valor têm origem em doações de Pix que seus apoiadores fizeram em 2023. Na época, Bolsonaro recebeu R$ 17 milhões em transferências.

Defesa

Após a abertura do inquérito, Eduardo Bolsonaro considerou que o pedido de investigação é uma medida “injusta e desesperada”.

“Só configura aquilo que sempre falamos: o Brasil vive um regime de exceção, onde tudo no Judiciário depende de quem seja o cliente”, declarou.

Agência Brasil

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