Anvisa aprova uso do Mounjaro para tratar obesidade no Brasil

Fármaco agora passa a integrar a lista de opções terapêuticas para pacientes com índice de massa corporal (IMC) a partir de 30

Anvisa aprovou uso do MounjaroFoto: Reprodução/Agência Brasil

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (09/06) o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) no Brasil para o tratamento de sobrepeso com comorbidades e obesidade. Inicialmente liberado apenas para o controle do diabetes tipo 2, o fármaco agora passa a integrar a lista de opções terapêuticas para pacientes com índice de massa corporal (IMC) a partir de 30 — ou a partir de 27, no caso de pessoas com doenças associadas, como hipertensão, colesterol elevado ou pré-diabetes.

O Mounjaro é uma caneta injetável de aplicação semanal, disponível em doses de 2,5 mg e 5 mg. Sua ação se dá por meio da imitação de dois hormônios intestinais (GIP e GLP-1), que regulam o apetite e os níveis de glicose no sangue. Estudos clínicos de fase 3, com mais de 20 mil participantes, mostraram resultados expressivos: perda de peso entre 16% e 22,5% em pacientes que utilizaram o medicamento em diferentes dosagens, comparado a apenas 0,3% no grupo placebo. Cerca de 40% dos participantes chegaram a reduzir mais de 40% do peso corporal.

Além da significativa perda de peso, os estudos indicaram melhorias nos níveis de colesterol, na pressão arterial e na circunferência abdominal dos pacientes. O remédio já está disponível nas farmácias brasileiras desde maio, com preços que variam entre R$ 1.400 e R$ 2.380 por caixa, contendo quatro canetas. A venda exige prescrição médica com retenção da receita, conforme as exigências da Anvisa para medicamentos de tarja vermelha.

SUS

Apesar da liberação, o Mounjaro ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso pode restringir o acesso à nova terapia para grande parte da população. Para especialistas, a aprovação, no entanto, é um avanço importante no enfrentamento da obesidade, que afeta aproximadamente um quarto dos adultos brasileiros. Médicos alertam que o uso do medicamento deve ser supervisionado e combinado com mudanças nos hábitos alimentares e prática de exercícios físicos. Dessa forma, há maior garantia de eficácia e segurança no tratamento.

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