No Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de junho, a ginecologista e obstetra Jessica Castro, coordenadora médica do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), chama atenção para a necessidade de diagnóstico precoce e acompanhamento adequado da diabetes gestacional. A condição, muitas vezes silenciosa, pode surgir durante a gravidez e provocar riscos à saúde da mãe e do bebê.
De acordo com a médica, a diabetes gestacional é provocada por alterações hormonais que aumentam a resistência à insulina e elevam os níveis de glicose no sangue. Em algumas mulheres, essas alterações evoluem para a doença. Fatores como sobrepeso, obesidade, síndrome dos ovários policísticos, hipertensão arterial, uso de corticoides e histórico familiar aumentam o risco. Mulheres que já tiveram bebês com mais de 4 kg ou passaram por óbito fetal sem causa definida também devem redobrar a atenção.
A alimentação durante a gravidez, o ganho excessivo de peso e a ausência de acompanhamento pré-natal adequado também estão entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença. Embora muitas vezes não apresente sintomas, a diabetes gestacional pode causar cansaço, visão turva, boca seca, aumento da fome, sede e crescimento acelerado do bebê. Por isso, o pré-natal é essencial para o diagnóstico.
Falta de tratamento
Mas quando não tratada, a condição pode gerar complicações como pressão alta, excesso de líquido amniótico, parto prematuro, hemorragia e maior chance de cesárea. Para o bebê, os riscos incluem macrossomia (peso acima de 4 kg), hipoglicemia, icterícia, síndrome do desconforto respiratório e até óbito intrauterino. A longo prazo, tanto a mãe quanto o bebê têm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 e obesidade.
A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda o exame de glicemia de jejum no início do pré-natal. Se o resultado for inferior a 92 mg/dl, é indicado o teste oral de tolerância à glicose entre a 24ª e 28ª semana de gestação. O tratamento inclui mudanças no estilo de vida, alimentação equilibrada, monitoramento da glicemia e, em alguns casos, uso de insulina ou medicamentos orais, sempre conforme orientação médica.
Após o parto, a maioria das mulheres retorna a níveis normais de glicose, mas deve continuar o acompanhamento. A recomendação é refazer a curva glicêmica entre seis e oito semanas após o parto e manter os exames de rotina. O aleitamento materno também contribui para reduzir o risco de diabetes no pós-parto.
Atendimento no HMDI
No Hospital e Maternidade Dona Iris, mulheres com diagnóstico de diabetes gestacional acompanhadas no pré-natal de alto risco por equipe multiprofissional. Em casos necessários, internadas para controle glicêmico com insulina. A unidade oferece suporte para intercorrências durante a gestação, até o parto.
A paciente Larissa Helika Ferreira, em sua quarta gestação, realiza o pré-natal de alto risco na unidade. Diagnosticada com diabetes tipo 2 antes da gravidez, agravamento do quadro no início da gestação e precisou de internação. “Ela é silenciosa. Só descobrimos porque a glicose estava muito alta. Agora estou internada justamente para fazer esse controle”, relatou. Larissa elogiou o atendimento: “O cuidado aqui tem sido ótimo. Enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, todo mundo acolhe a gente super bem.”
Leia também: Fieg lança programa para fortalecimento da relação de lideranças com a imprensa