Terra pode registrar um dos dias mais curtos da história nesta quarta-feira, alertam cientistas

Dado é preliminar e ainda será confirmado por medições precisas realizadas por relógios atômicos

Terra prestes a registrarFoto: Getty Images

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Pesquisadores alertaram que esta quarta-feira, 9 de julho de 2025, pode se tornar um marco na cronometria planetária: a Terra estaria prestes a registrar um dos dias mais curtos da história moderna, com duração até 1,6 milissegundo menor do que as tradicionais 24 horas. O dado é preliminar e terá confirmação após medições precisas de relógios atômicos.

Desde 1960, quando passaram a medir o tempo com extrema precisão, os cientistas monitoram as oscilações na rotação da Terra. De forma surpreendente, nos últimos anos o planeta tem girado mais rápido do que o habitual. Essa tendência se opõe ao que se esperava a longo prazo. Entre as possíveis causas, estão fatores como o deslocamento do núcleo da Terra, eventos sísmicos, mudanças na atmosfera e o derretimento de calotas polares, que redistribuem a massa do planeta.

De acordo com o Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS), a aceleração pode exigir um ajuste sem precedentes. Sendo assim, cientistas deverão introduzir um “segundo negativo” no Tempo Universal Coordenado (UTC). Os cientistas estudam essa correção para aplicá-la por volta de 2029, para manter a sincronia entre o tempo medido pela rotação terrestre e o tempo atômico — essencial para o funcionamento de sistemas de GPS, comunicação global e redes bancárias.

Outros dias mais curtos

Apesar do destaque dado ao dia 9 de julho, especialistas explicam que outros dias deste mês e do próximo podem ser ainda mais curtos. Estimativas apontam, por exemplo, que o dia 5 de agosto pode ter uma duração ainda menor, com redução de até 1,5 milissegundo.

Relógios atômicos de alta precisão medem o tempo com exatidão e conseguem registrar variações quase imperceptíveis. Em 5 de julho de 2024, esses equipamentos identificaram o dia mais curto até agora, com um encurtamento de 1,66 milissegundo.

Caso a tendência de aceleração da Terra continue nos próximos anos, os cientistas terão que considerar novos paradigmas na contagem do tempo. Dessa forma, o “segundo negativo”, que nunca foi utilizado, poderá deixar de ser apenas uma possibilidade teórica.

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