A tradicional definição de adolescência, limitada à faixa etária dos 10 aos 19 anos, está sendo revista por especialistas em saúde e desenvolvimento humano. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e pesquisas recentes nas áreas de neurociência, psicologia e sociologia, a adolescência pode se estender até os 24 anos de idade.

Esse entendimento está fundamentado, principalmente, em descobertas científicas que mostram que o cérebro humano só atinge a maturidade completa por volta dos 24 a 25 anos. As regiões cerebrais responsáveis por habilidades como controle emocional, tomada de decisões e planejamento são as últimas a se desenvolver plenamente.

Além dos fatores biológicos, mudanças sociais também influenciam essa nova concepção. Atualmente, é comum que jovens permaneçam por mais tempo na escola ou na universidade, vivam com os pais até mais tarde e adiem marcos da vida adulta, como o casamento ou a entrada definitiva no mercado de trabalho. Esse contexto levou ao surgimento do conceito de “adolescência prolongada”, que leva em conta aspectos não apenas fisiológicos, mas também comportamentais e sociais.

Alguns especialistas passaram a utilizar o termo “jovem adulto” para se referir ao grupo entre 19 e 24 anos. Isso reconhece que, embora esse público possa ter alcançado a maioridade legal, ainda se encontra em uma fase de transição do desenvolvimento.

Assim, a adolescência atual vai além da puberdade e pode se prolongar até os 20 e poucos anos. Essa nova compreensão exige que tanto as políticas públicas quanto as famílias se adaptem. Isso está ligado ao fato de que o amadurecimento dos jovens ocorre de forma mais gradual e precisa ser acolhido com mais compreensão e flexibilidade.

Agência Brasil

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