Ancelotti é condenado por fraude fiscal na Espanha, mas não deve cumprir pena em regime fechado

Técnico da seleção brasileira usou empresas de fachada, inclusive em paraísos fiscais, para ocultar parte de seus rendimentos com direitos de imagem

Ancelotti foi condenadoFoto: Wikimedia Commons

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O técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, foi condenado nesta quarta-feira (09/07) pela Justiça espanhola a um ano de prisão e multa de aproximadamente 386 mil euros por fraude fiscal cometida em 2014, durante sua primeira passagem pelo Real Madrid. Um tribunal de Madri proferiu a decisão e concluiu que o italiano usou empresas de fachada, inclusive em paraísos fiscais, para ocultar parte de seus rendimentos com direitos de imagem.

Segundo a acusação do Ministério Público, Ancelotti teria deixado de declarar ao fisco mais de 1 milhão de euros por meio de uma estrutura que envolvia sociedades no exterior. O técnico negou má-fé e afirmou que seguiu orientações de assessores fiscais indicados pelo próprio clube. Ele também recebeu absolvição da acusação de fraude em 2015, já que naquele ano não ficou comprovada sua residência fiscal na Espanha por mais de 183 dias, como exige a legislação para enquadramento.

Pena em regime fechado

Apesar da sentença, Ancelotti não deverá cumprir pena em regime fechado. A legislação espanhola prevê que penas inferiores a dois anos por crimes não violentos podem ser suspensas quando o réu é primário. Esse é o caso do treinador. No entanto, ele ficará proibido de receber incentivos fiscais e subsídios públicos por três anos. Além disso, deverá pagar integralmente o valor devido para encerrar o processo.

A condenação coloca Ancelotti na lista de figuras do futebol internacional que enfrentaram problemas com a Receita espanhola nos últimos anos. Estão entre eles Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, José Mourinho, assim como Xabi Alonso — todos acusados de omitir rendimentos relacionados a direitos de imagem.

Ancelotti, que assumiu oficialmente o comando da seleção brasileira neste mês, não comentou publicamente a decisão até o momento. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também não se manifestou. Segundo fontes próximas à entidade, a condenação não interfere no contrato do treinador com a Seleção.

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