Uma suposta briga de globais movimenta a internet nas últimas horas: supostamente, a atriz Bella Campos, que interpreta a vilã Maria de Fátima na novela “Vale Tudo”, se indispôs com o ator Cauã Reymond, seu par na história.
A atriz teria alegado que Cauã era debochado, mau colega, displicente, agressivo e machista. A reclamação de Bella foi feita à direção da novela – comandada por Paulo Silvestrini – e também ao setor de compliance do canal.
O compliance, ou um departamento de compliance, zela pela regras e procedimentos que garantem que uma empresa está em conformidade com a lei, regulamentos e normas, sejam aquelas existentes na legislação, sejam normas internas pactuadas.
Isso inclui o bem-estar dos colaboradores. O conflito nos bastidores pode ser analisado sob a ótica de gestão de pessoas e conduta no ambiente de trabalho, temas diretamente relacionados a programas de compliance corporativo. O confronto público, com acusação de críticas por trás e dedo na cara, expõe uma falha na mediação interna de conflitos e na comunicação entre colaboradores.
De acordo com o advogado Vinicios Cardozo, do escritório GMP| G&C Advogados Associados, das empresas — inclusive emissoras e produtoras de conteúdo — espera-se que os envolvidos cumpram normas internas de convivência, sigilo, respeito mútuo e resolução de conflitos, o que é muitas vezes normatizado por meio de códigos de ética ou conduta, integrados aos programas de compliance.
“A repercussão pública da briga pode ser considerada um risco reputacional para a emissora ou para os atores, algo que também é objeto de atenção do compliance, especialmente o compliance reputacional e de comunicação. Empresas com programas sólidos tratariam preventivamente esse tipo de situação, tanto para evitar o vazamento, quanto para gerir a crise com postura institucional”, afirma o advogado.
Cardozo acrescenta que temas como assédio moral, comunicação não violenta e inteligência emocional já fazem parte da agenda de muitas empresas, e que o setor artístico também deve incorporá-los. “A ideia de que o compliance é algo restrito ao setor financeiro ou jurídico é equivocada. Ele é essencial em qualquer estrutura com relações humanas complexas. Onde há convivência profissional, deve haver integridade institucional”, conclui.
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