Calamidade na saúde deixada pela gestão Cruz resultou em auditoria do DenaSUS

Administração do ex-prefeito Rogério Cruz deixou dívida de mais de R$ 250 milhões com hospitais e fundação que administra maternidades, enquanto que ex-secretário Wilson Pollara foi preso por pagamentos irregulares

Calamidade na saúdeFoto: reprodução

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A auditoria iniciada nesta semana pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) nas principais maternidades públicas da capital trouxe de volta à tona todo o caos e os escândalos deixados pela gestão do ex-prefeito Rogério Cruz na Prefeitura de Goiânia.

Em novembro do ano passado, o então secretário de Saúde de Cruz, Wilson Pollara, preso em operação do Ministério Público de Goiás (MPGO). Assim, que investigou irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

A prisão de Pollara ocorreu em meio à crise na saúde da capital, quando, segundo o MP, a dívida da Prefeitura com os hospitais conveniados. Bem como prestadores de serviços, fornecedores e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) ultrapassou os R$ 250 milhões.

A Fundahc administra as três maternidades da cidade – Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara. Em agosto de 2024, a Fundação suspendeu os atendimentos nas unidades por falta de repasse dos recursos pela gestão Rogério-Pollara.

Prisão

Pollara preso por possíveis direcionamentos de pagamentos a determinadas pessoas jurídicas, em detrimentos de outras, conforme o MP. “Identificamos também pagamentos feitos de maneira irregular, podemos dizer, clandestinamente, fora dos cofres ou caixas oficiais, sem a devida declaração na contabilidade pública”, disse, à época, o promotor Rafael Correa Costa.

De acordo com a promotoria, também houve indícios de possível atuação direta na omissão de provas, incluindo orientações para que potenciais testemunhas permanecessem em silêncio, o que motivou a prisão.

Enquanto as dívidas e escândalos se acumularam na gestão Cruz, a crise da saúde vitimou, pelo menos, cinco pessoas no fim de 2024. Severino Santos, Katiane Silva, Janaína de Jesus, Luiz Felipe Figueiredo da Silva e João Batista Ferreira morreram no final de novembro à espera de vagas em UTIs de Goiânia. As famílias chegaram a procurar auxílio do MP-GO e da Justiça, mas o serviço de saúde pública não chegou a tempo.

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