Cresce o interesse por excluir Facebook e Instagram após mudanças na Meta

Termos como “como excluir Facebook” e “como excluir Instagram” dispararam desde que a Meta anunciou mudanças na política de exibição de conteúdos

Como excluir contas do Facebook

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O anúncio de mudanças na política de exibição de conteúdos pela Meta, controladora do Facebook, Instagram e Threads, gerou uma onda de buscas no Google sobre como excluir contas dessas plataformas. Segundo o Google Trends, termos como “como excluir Facebook” e “como excluir Instagram” dispararam desde que a empresa revelou que passaria a exibir conteúdos políticos de usuários não seguidos e reduziria restrições ao discurso em debates políticos.

As mudanças, defendidas pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg, como um retorno ao “conteúdo cívico”, têm gerado intensos debates. Grupos de defesa de direitos humanos e ativistas denunciaram que a flexibilização das regras pode abrir espaço para a propagação de discursos de ódio e ataques a minorias, como grupos LGBTQIA+ e migrantes. A decisão também foi criticada por especialistas que apontam riscos ao aumento da polarização política.

Impactos no comportamento digital

A reação dos usuários é evidente nas buscas crescentes por maneiras de abandonar as redes sociais da Meta. Segundo analistas, o movimento reflete um descontentamento, especialmente entre jovens e progressistas, que enxergam na plataforma uma conivência com discursos extremistas.

“O público está cada vez mais consciente de como as plataformas moldam o debate público. As mudanças recentes demonstram uma priorização do engajamento a qualquer custo, o que pode afastar usuários preocupados com ética digital”, explica a pesquisadora de mídia digital, Camila Fernandes.

Especialistas alertam que a migração para plataformas alternativas, como Mastodon ou Bluesky, pode se intensificar, repetindo o que ocorreu com o Twitter (agora X), após mudanças polêmicas promovidas por Elon Musk.

Meta responde às críticas

Em resposta à repercussão, a Meta lançou um recurso que permite aos usuários ajustar o nível de exposição a conteúdos políticos, mas críticos apontam que a configuração não resolve o problema estrutural. “A empresa precisa decidir se é uma plataforma ética ou apenas mais um veículo de engajamento tóxico”, afirma o sociólogo Felipe Marinho.

Enquanto isso, o debate sobre o papel das redes sociais no equilíbrio entre liberdade de expressão e responsabilidade cívica ganha força, indicando que as implicações das mudanças vão muito além de um simples ajuste de algoritmo. Para muitos, a escolha de permanecer ou não nas plataformas da Meta é, mais do que nunca, uma decisão política.

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