A deputada estadual Bia de Lima (PT) denunciou ter sido alvo de comentários machistas e ofensivos feitos pelo deputado Amauri Ribeiro (União) durante sessões parlamentares nos dias 20 e 21 de maio na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Devido o problema, a prorrogação do decreto de calamidade financeira da Secretaria da Fazenda de Goiânia teve a votação adiada.

O episódio começou quando Amauri, ocupando a função de 1º secretário da Mesa Diretora, reagiu a uma declaração pessoal da deputada dada em entrevista a uma rádio local. “Vai cuidar dos seus novinhos, deputada. Você gosta de novinho. Cuidado para você não ‘pegar’ novinho demais”, disparou ele em plenário, em uma fala considerada por Bia de Lima como ofensiva e misógina.

A situação escalou no dia seguinte, quando os deputados voltaram a se reunir. Após a continuidade das provocações, Bia de Lima, acompanhada de seu colega de partido Mauro Rubem, dirigiu-se à sala de café da Casa para conversar com o presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), a fim de relatar o episódio.

Agressão

No entanto, o clima esquentou ainda mais quando Amauri também se dirigiu ao local e, ao encontrar os parlamentares do PT, voltou a insultá-los. De acordo com testemunhas, o deputado tentou agredir fisicamente Mauro Rubem, e os seguranças da Assembleia o contiveram. Durante a ação, o parlamentar atingiu um dos agentes com uma cotovelada e feriu seu supercílio.

Durante a sessão, Bia pediu ao presidente da Casa que substituísse Amauri da Mesa Diretora por quebra de decoro. “Peço a Vossa Excelência que substitua o secretário em exercício, tendo em vista a falta de decoro”, solicitou. O presidente Clécio Alves (Republicanos), que comandava os trabalhos, se recusou a tirá-lo de imediato, mas afirmou que encerraria a sessão caso novos excessos ocorressem. Diante da continuidade das provocações, o próprio Clécio decidiu se retirar e encerrar a reunião. “Quem vai sair dessa mesa sou eu. Está encerrada a sessão”, declarou, visivelmente irritado.

De acordo com Bia de Lima, o deputado violou o regimento da Alego e reiterou que não aceitará ataques machistas. “Eu não sou casada. Posso namorar novinho, posso namorar velhinho. Agora, qual o problema de dizer isso? Só os homens podem namorar novinhas? Isso é machismo”, afirmou em plenário ao rebater as insinuações.

Entretanto, na versão de Amauri Ribeiro, a deputada o provocou e o interrompeu. Ele disse que apenas mencionou o termo “papa-anjo” em referência à entrevistadora do programa de rádio onde a deputada fez a declaração sobre seus relacionamentos. Ele negou ter tido a intenção de ofender e afirmou confiar na Justiça para esclarecer os fatos.

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