Fieg e Governo de Goiás apostam na eficiência energética para impulsionar competitividade industrial

eficiência energéticaFoto: divulgação

Compartilhe

A indústria goiana deu mais um passo decisivo rumo à sustentabilidade. Na terça-feira (1º/7), a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), por meio de seus Conselhos Temáticos de Infraestrutura (Coinfra) e do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Cmas), apoiou a Secretaria-Geral do Governo de Goiás (SGG) na realização do Workshop Estadual de Eficiência Energética, na Casa da Indústria.

O evento reuniu mais de 180 participantes, entre empresários, especialistas e gestores públicos para discutir como o uso inteligente da energia pode revolucionar a competitividade do setor.

O subsecretário de Energia, Telecomunicações e Cidades Inteligentes, Renato Lyra, contextualizou o evento como “essencial para três pontos-chave: possibilitar maior competitividade da indústria, abordar o uso de menos energia para disponibilizar para outras finalidades e a criação de projetos de eficiência energética”.

“Eficiência energética é, antes de tudo, compromisso com a sustentabilidade. Cada ganho de eficiência significa redução direta nas emissões, menor pressão sobre os recursos naturais e maior capacidade de cumprir as metas ambientais globais”, conforme afirmou Célio Eustáquio de Moura, presidente do Coinfra.

O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, conectou a pauta à realidade econômica do Estado: “O ritmo de crescimento de Goiás pressiona nosso setor energético a ser não apenas mais eficiente, mas também a disponibilizar novas fontes de energia. A disponibilidade de energia é crucial para que Goiás continue a crescer e gerar mais oportunidades”.

Cases de sucesso movimentam o debate

O diretor de projetos da agência alemã GIZ, Marco Schiewe, apresentou o programa PotencializEE. Focado em pequenas e médias empresas, o programa já elaborou mais de 400 projetos em São Paulo, com 190 em implementação, gerando assim economia de 1.055 GWh e redução de 300 mil toneladas de CO₂.

O professor Paulo Takao, líder da área de energia e eficiência energética do Instituto Senai de Tecnologia em Automação, apresentou as ações de baixo custo (AEE) que geram economia imediata por meio de melhorias operacionais, de manutenção e comportamentais.

Em Goiás, o programa Brasil Mais Produtivo, iniciativa do governo federal executada pelo Senai, alcançou números expressivos na economia de energia: 36 micro, pequenas e médias empresas atendidas registraram redução média de 23% no consumo energético, totalizando assim economia anual de R$ 895.453 em 2024.

Takao trouxe cases práticos que demonstram o potencial dessas ações simples. A empresa Pratou conseguiu economia anual de R$ 2.206 com a implementação das AEEs. Já a Alisul, do setor de nutrição animal, é modelo do potencial de retorno: com investimentos de R$ 6.600 na correção de vazamentos de ar comprimido, a empresa obteve retorno anual de R$ 44.300.

Trazendo a perspectiva de um grande player global, o diretor comercial da GreenYellow, Fernando Silveira, apresentou o conceito de “descarbonização sem investimento”, no modelo turn-key, em que a empresa financia 100% dos projetos, sendo remunerada pela economia gerada. No Assaí Atacadista, a empresa implementou 4,46 MWp em painéis solares em oito lojas, incluindo Goiânia e Rio Verde, garantindo economia anual superior a R$ 415 mil.

Soluções integradas ganham espaço

A líder de Eficiência Energética da DEODE, Denise Sanches, reforçou a importância de estratégias integradas. Pois em uma cooperativa no Paraná, a substituição de motores e iluminação, com investimento de R$ 1,29 milhão, gerou economia anual de R$ 204 mil. Outro projeto industrial, envolvendo retrofit de iluminação e compressores, resultou em economia de R$ 318 mil anuais com redução de 52% no consumo.

O consultor da Mitsidi Projetos, Hamilton Ortiz, explorou oportunidades na área térmica, desde correção de vazamentos até tecnologias avançadas como Oxidadores Térmicos Regenerativos, que atingem mais de 95% de eficiência térmica.

Fomento e financiamento ampliam possibilidades

Fábio Cavalcante, coordenador de Relações com o Mercado da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), apresentou modelo da instituição que oferece recursos não reembolsáveis cobrindo até um terço dos custos para grandes empresas e metade para PMEs. Em Goiás, 92 projetos já foram apoiados desde 2014, totalizando R$ 148 milhões em investimentos, sendo R$ 13,6 milhões especificamente em energia.

O especialista em Eficiência Energética da Equatorial Goiás, Jessé Lima França Brito, detalhou o Programa de Eficiência Energética (PEE) regulado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica. Assim, entre os projetos executados, destaque para o sistema fotovoltaico de 381,53 kWp no Comando de Operações Especiais do Exército em Goiânia (R$ 1,38 milhão) e a modernização do Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (R$ 1 milhão).

O workshop reforçou a posição de Goiás na busca por eficiência energética, combinando sustentabilidade ambiental com competitividade econômica, visando assim ao desenvolvimento sustentável e econômico da indústria estadual e nacional.

Leia também: Nova autópsia no corpo de Juliana Marins será feita no Rio