Entenda como identificar os sinais da dislexia

Especialista pontua que o transtorno não tem cura, mas pode ser tratado para diminuir suas características

letras dislexiaFoto: reprodução/Freepik

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A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que afeta a capacidade de uma pessoa de ler, escrever e soletrar de forma precisa e fluente.

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABC), a dislexia pode afetar entre 5% e 17% dos estudantes em salas de aula ao redor do mundo.

E 16 de novembro é o Dia Nacional de Atenção à Dislexia, data criada para alertar sobre a questão. “Ela é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta habilidades básicas de leitura e linguagem. Considerada um transtorno específico da aprendizagem (TEAp)”, explica a fonoaudióloga Greicyane Castro.

De acordo com a especialista, que atende na Clínica Audilife, situada no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, a data é importante para levar o tema ao conhecimento da população.

“A dislexia precisa de um nível de atenção e conscientização proporcional ao número significativo de pessoas que têm a condição. Mas o acesso ao diagnóstico o mais cedo possível e o apoio educativo a todos os níveis de educação devem ser assegurados para que ninguém fique para trás”.

Conforme explica a fonoaudióloga, dificuldades no reconhecimento preciso e fluente de palavras, na decodificação e na ortografia são características comuns dos disléxicos, que costumam aparecer com o início da alfabetização.

“O diagnóstico feito com uma equipe multiprofissional formada por fonoaudiólogo educacional, neuropediatra, neuropsicólogo e psicopedagogo. A criança precisa passar por, no mínimo, seis meses de intervenção intensiva e de qualidade antes do diagnóstico final”.

Para observar

Greicyane Castro elenca quais os sinais, em cada área que a dislexia pode afetar, que os pais e educadores devem observar nas crianças.

Sinais na Linguagem Oral

  • Dificuldade para nomear letras, números e cores;
    Dificuldade em atividades de aliteração e rima;
    E dificuldade para se expressar de forma clara.

Sinais na leitura

  • Dificuldade para ler corretamente palavras;
    Erros no reconhecimento de palavras, mesmo as mais frequentes;
    Leitura oral devagar e incorreta. Pouca fluência, com inadequações de ritmo e entonação, em relação ao esperado para a idade e a escolaridade;
    Compreensão de texto prejudicada como consequência da dificuldade de decodificação;
    Vocabulário reduzido.

Na escrita

  • Erros de soletração e ortografia, mesmo nas palavras mais frequentes;
    Omissões, substituições e inversões de letras e/ou sílabas;
    Dificuldade na produção textual, com velocidade abaixo do esperado para a idade e a escolaridade.

Tratamento

Ainda de acordo com a especialista, a dislexia não tem cura, mas é possível tratá-la. “Por ser um transtorno do neurodesenvolvimento não tem cura. O tratamento fonoaudiológico é com base nas habilidades de aprendizagem e cognitivas. Quanto mais precoce for identificado, mais chances da criança apresentar menos prejuízos no futuro”.

“Além das terapias em consultório, o fonoaudiólogo fará visitas frequentes à escola para entender a rotina de sala de aula do aluno. A partir delas, será possível montar adaptações individuais para serem feitas em atividades escolares e provas bimestrais”, conforme explica.

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