O longa brasileiro “Colegas e o Herdeiro”, sequência do premiado filme Colegas (2012), foi escolhido como filme de encerramento da 18ª edição do Zerkalo International Film Festival, na Rússia, que acontece de 26 de junho a 1º de julho nas cidades de Ivanovo e Yuryevets, em homenagem ao cineasta Andrei Tarkovsky. No Brasil, o filme deve chegar ao circuito comercial no próximo mês de setembro.

O destaque da produção é João Vitor de Paiva Bittencourt, ator estreante, influenciador digital e ativista goiano de 24 anos, que interpreta um dos protagonistas e vive um par romântico com a atriz Rafaela Fontaneti. Os dois se conheceram durante as filmagens em Porto Alegre, e engataram um relacionamento após o trabalho. Ela mora em São Paulo, ele em Goiânia. Os dois namoram há um ano e seis meses.

João Vitor tem síndrome de Down e vem se consolidando como uma das vozes mais importantes no debate sobre inclusão e acessibilidade no Brasil. Ele é Jovem Ativista do UNICEF, sendo um dos cinco brasileiros a integrar o grupo de 100 lideranças jovens globais da instituição. Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e TikTok (@jvdepaiva), ele também atua como modelo, palestrante sobre preconceito e inclusão, e é o primeiro aluno com T21 no curso de Educação Física da PUC-Goiás.

Em 2024, João foi eleito o Melhor Influenciador do Brasil na categoria Diversidade e Inclusão pelo Prêmio iBest, e desenvolve um trabalho reconhecido nacionalmente na defesa dos direitos das pessoas com deficiência.

“Colegas e o Herdeiro” foi selecionado por sua sensibilidade estética e temática inclusiva, características valorizadas pelo Zerkalo Film Festival, que se dedica ao cinema autoral e poético, alinhado ao legado de Tarkovsky. O festival recebe dezenas de filmes de todo o mundo e atrai público e crítica interessados em experiências cinematográficas profundas e simbólicas. O filme foi dirigido por Marcelo Galvão.

Por conta das atuais tensões geopolíticas, a equipe brasileira não poderá comparecer presencialmente à Rússia. O filme será exibido com o apoio de uma equipe local parceira.

A presença de João Vitor nessa estreia internacional marca um momento histórico para o cinema brasileiro e representa uma conquista não apenas artística, mas também social, mostrando como a inclusão pode e deve ocupar os palcos mais prestigiados do mundo.