O fisiculturista Igor Porto Galvão, de 32 anos, foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão pelo assassinato da companheira, Marcela Luise de Souza Ferreira. O Tribunal do Júri de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital goiana, proferiu a sentença nesta quinta-feira (26/06). A defesa informou que irá recorrer da decisão.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Igor espancou Marcela com socos e chutes e tentou simular que ela havia sofrido um acidente doméstico. A vítima morreu no dia 20 de maio de 2024, dez dias após chegar no hospital. O agressor a levou ao hospital, já com sinais evidentes de violência física.
O júri, presidido pelo juiz Leonardo Fleury Curado Dias, reconheceu a autoria do crime e condenou Igor por homicídio qualificado. Os jurados entenderam que a motivação do assassinato foi por motivo fútil, com uso de meio cruel. Esse recurso impossibilitou a defesa da vítima e configurou feminicídio.
O juiz fixou inicialmente a pena em 21 anos de reclusão, acrescentando dois anos para cada uma das três qualificadoras. No entanto, por conta da confissão do réu, o juiz reduziu a pena em seis meses. Além disso, o juiz também considerou o fato de o crime ter deixado a filha do casal, menor de idade, “desprovida de auxílio material e afeto maternal”. A atitude resultou em um aumento adicional de três anos na pena.
Sentença
“O reconhecimento do feminicídio demonstra que a vítima, companheira do réu, no ambiente doméstico, vinha sendo subjugada, há muito tempo, com ameaças de perder a filha, com constrangimento e humilhação, com clara intenção de menosprezo durante a convivência, o que configura a violência psicológica”, afirmou o magistrado.
Ainda de acordo com o juiz, o espancamento praticado por Igor foi “covarde” e marcado por desproporção de força física entre agressor e vítima. Isso impediu qualquer chance de defesa por parte de Marcela.
Conforme a decisão, Igor Porto Galvão cumprirá a pena em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade.
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