Barulho e fogos de artifício colocam autistas em situação de vulnerabilidade

Crer alerta para a importância de medidas que promovam inclusão e respeito

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Sons intensos, como fogos de artifício e música alta, típicos das festas de fim de ano, geram desconforto e podem desencadear crises em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), referência no atendimento a pessoas com TEA em Goiás, alerta para a importância de medidas que promovam inclusão e respeito.

A hipersensibilidade auditiva, um sintoma comum entre autistas, faz com que barulhos comuns, muitas vezes ignorados por outras pessoas, causem extremo sofrimento físico e emocional. “Pequenas mudanças fazem toda a diferença”, afirma Jackeline Karla Martins Bessa, terapeuta ocupacional do Crer. Ela recomenda estratégias como o uso de abafadores de ruído, cantinhos sensoriais e uma rotina previsível para ajudar no conforto das pessoas com TEA.

Para Lorrany Buarque de Araujo, mãe de Luiz Emanuel, de cinco anos, o desafio é constante. Luiz, diagnosticado com autismo nível 3, é atendido no Crer há um ano e ainda enfrenta dificuldades em momentos de confraternização. “Ele chora, tapa os ouvidos e tenta fugir. O sofrimento dele é evidente”, conta.

Lorrany explica que adaptações em casa, como sons mais baixos e redução do número de convidados, ajudam, mas não resolvem o problema quando vizinhos ou amigos insistem em ignorar o impacto do barulho. “Muitos acham que é frescura, mas não sabem o quanto isso prejudica.”

Além das estratégias individuais, o Crer reforça a necessidade de sensibilizar a comunidade para criar um ambiente mais inclusivo. Evitar fogos, baixar o volume das músicas e adotar atitudes acolhedoras são passos importantes para garantir que todos possam aproveitar as festividades.

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