Goiânia completa 91 anos nesta quinta-feira (24/10). A história da capital se confunde com a do Brasil, assim como faz parte dos processos de desenvolvimento do centro do país.
Com a revolução de 1930, movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas tornou-se chefe do Governo Provisório, revogou a Constituição de 1891 e passou a governar por decretos.
Getúlio nomeou interventores para todos os governos estaduais. Em Goiás, o escolhido foi o médico Pedro Ludovico Teixeira, que havia lutado na revolução de 1930.
De acordo com ele, era preciso impulsionar a ocupação do Estado, direcionando os excedentes populacionais para espaços demográficos vazios na tentativa de aumentar a produção econômica.
Na visão do interventor goiano, a mudança da capital era uma das alternativas que permitiria a ligação do Centro-Oeste ao sul do País.
Em 1932, Pedro Ludovico instituiu uma comissão, presidida por D. Emanuel Gomes de Oliveira, que deveria discutir e escolher o melhor local para a construção da nova capital.
A resistência da forte oposição a Pedro Ludovico considerava dispendiosa e desnecessária a mudança da Capital, mas o interventor, bem como a cúpula dos revolucionários de 1930, consideravam a construção de uma nova cidade como investimento e não gastos desnecessários.
Em janeiro de 1933, a comissão instituída por Pedro Ludovico procedeu a realização de estudos das condições topográficas, hidrológicas e climáticas das localidades de Bonfim (atual Silvânia), Pires do Rio de Ubatan (atual vila de Erigeneu Teixeira, em Orizona) e Campinas (atual bairro de Campinas).
O relatório final apresentado a Pedro Ludovico indicou uma fazenda localizada nas proximidades do povoado de Campinas como o local ideal para construção da nova capital.
Decreto
O decreto estadual nº 3359, de 18 de maio de 1933, determinou a escolha da região às margens do córrego Botafogo, compreendida pelas fazendas Crimeia, Vaca Brava e Botafogo, no então município de Campinas, para a edificação da nova capital de Goiás.
Em 24 de outubro de 1933, em local definido pelo engenheiro, arquiteto, urbanista e paisagista Attilio Corrêa Lima, responsável pelo projeto urbanístico da nova capital, Pedro Ludovico lançou a pedra fundamental de Goiânia. A data foi escolhida para homenagear os três anos da revolução de 1930.
O nome
De acordo com relatos históricos, o nome sugerido para a nova capital de Goiás teria sido “Petrônia”, em homenagem ao seu fundador Pedro Ludovico.
O jornal O Social havia realizado um concurso cultural com seus leitores para o batismo da nova cidade. Dois nomes concorreram: Petrônia e Goiânia.
O primeiro teve 68 votos, enquanto Goiânia obteve menos de 10 votos. Pedro Ludovico, no entanto, por razões que ele nunca revelou a ninguém – mas acredita-se ser para que não ligassem o nome da cidade ao seu -, preferiu Goiânia e em decreto de 2 de agosto de 1935 formalizou o nome da nova capital.
Estatísticas
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a capital goiana já
passou por 9 Censos demográficos, que acompanharam o crescimento populacional de 2.884% entre 1940 e 2022.
Conforme o Censo 2022, Goiânia possuía uma população residente de
1.437.366 pessoas, 10º município mais populoso do país. Em 1940 eram 48.166 pessoas.
As mulheres são maioria, 756.475 contra 680.891 homens. E quase metade tem entre 20 e 49 anos.
Assim, Goiânia conta com 365.061 casas, 19.864 e casas de vilas ou condomínios e 152.967 apartamentos.
De 2020 para 2021, o número de nascimentos subiu, enquanto o de casamentos, divórcios e óbitos aumentou.
- Com informações da Prefeitura e do IBGE
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