Goiânia perdeu um de seus personagens mais marcantes, Maurício de Oliveira da Costa, conhecido como Mauricinho Hippie, morreu na manhã deste domingo (10/11). A causa da morte não foi informada pela família.
Artista plástico, militante do movimento hippie e talentoso acordeonista, Mauricinho era uma figura inconfundível nas ruas e nas galerias de arte de Goiânia. Ele foi reconhecido por muitos como “a vanguarda de Ney Matogrosso”, pela sua autenticidade e capacidade de impactar a todos com sua presença única.
Mauricinho dedicou sua vida à expressão artística e à defesa da liberdade, sendo um dos pioneiros do movimento hippie na capital. Em homenagem ao seu legado, a Praça Hippie, um dos pontos culturais mais simbólicos da cidade, foi batizada em sua homenagem.
Além das artes plásticas, Mauricinho era apaixonado pela música. No acordeão, sua habilidade emocionava quem o ouvia, transformando cada apresentação em uma experiência única. Dono de um estilo inconfundível, com roupas chamativas, cabelos coloridos e o inseparável violão a tiracolo, ele se destacava especialmente no Setor Oeste, sempre acompanhado de sua fiel poodle, que às vezes desfilava com o pelo pintado de rosa.
Para quem o conheceu, Mauricinho deixa uma lembrança de alegria, autenticidade e uma paixão pela vida e pela liberdade. Em um grupo de jornalistas no WhatsApp, amigos e admiradores expressaram pesar e prestaram homenagens ao artista, a quem muitos viam como a vanguarda de Goiânia pela autenticidade e presença inesquecível.
Nascido em Araguari (Minas Gerais), Maurício se mudou para Goiânia com a família aos nove anos de idade. Dos 12 aos 18 anos, ele aprendeu acordeão na extinta Academia Mascarenhas. Mais tarde, estudou teoria e solfejo, no antigo Conservatório da Universidade Federal de Goiás (UFG), e o primeiro ano do curso livre de artes, na Escola de Belas Artes.
Nos últimos anos, Mauricinho enfrentou o Alzheimer e o Parkinson, e estava internado em estado grave no Hugol. Sua batalha mobilizou a cidade, unindo a comunidade em preces e boas vibrações. Ele se despede, mas sua memória permanece viva, como um símbolo da arte e da irreverência que ele personificou.
Mauricinho parte, deixando um pedaço vibrante de sua alma na história cultural de Goiânia. Que descanse em paz.
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