O implante contraceptivo popularmente conhecido como Implanon será disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a opção é considerada vantajosa em relação aos demais contraceptivos em razão da longa duração — age no organismo por até três anos — e alta eficácia.
Em nota, a pasta informou que a decisão de incorporar o contraceptivo ao SUS foi apresentada na tarde desta quarta-feira (02/07) durante a reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
O MS deve publicar, nos próximos dias, a portaria que oficializa a incorporação do contraceptivo. A partir da publicação, áreas técnicas da pasta terão 180 dias para efetivar a oferta, o que envolve etapas como atualização de diretrizes clínicas, aquisição e distribuição do insumo, capacitação e habilitação de profissionais, entre outras ações.
A previsão é que o medicamento esteja disponível em unidades básicas de saúde (UBS) a partir do segundo semestre. O plano, segundo o ministério, é distribuir 1,8 milhão de dispositivos, sendo 500 mil ainda este ano. O investimento será de cerca de R$ 245 milhões – atualmente, a unidade do produto custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.
“Além de prevenir a gravidez não planejada, o acesso a contraceptivo também contribui para a redução da mortalidade materna, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU [Organização das Nações Unidas]”, destacou a pasta, ao citar o compromisso de reduzir em 25% a mortalidade materna geral e em 50% a mortalidade entre mulheres negras até 2027.
Entenda
O implante subdérmico Implanon é um método contraceptivo de longa duração e alta eficácia. Ele atua no organismo por até três anos, sem necessidade de intervenções durante esse período. Após o prazo, a pessoa deve retirar o implante e, se houver interesse, poderá colocar um novo implante imediatamente.
Médicos e enfermeiros qualificados devem fazer a inserção e a retirada do dispositivo. Por esse motivo, de acordo com o ministério, estratégias de formação teórica e prática desses profissionais vão acompanhar a ampliação da oferta. Ainda de acordo com a pasta, a fertilidade é retorna rapidamente após a remoção.
O SUS oferece diversos contraceptivos, mas apenas o DIU de cobre se classifica como LARC — sigla em inglês para contraceptivos reversíveis de longa duração. Os especialistas o consideram mais eficaz no planejamento reprodutivo porque não exige uso contínuo ou correto por parte da usuária, ao contrário dos anticoncepcionais orais ou injetáveis.
“Os Larc são reversíveis e seguros”, destacou a pasta.
Confira os métodos contraceptivos disponíveis no SUS
- preservativos externo e interno;
- DIU de cobre;
- anticoncepcional oral combinado;
- pílula oral de progestagênio;
- injetáveis hormonais mensal e trimestral;
- laqueadura tubária bilateral;
- vasectomia.
A pasta alertou que, entre todos contraceptivos disponíveis na rede pública, apenas os preservativos oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Agência Brasil
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