O jornalista norte-americano Terrence McCoy, chefe da sucursal do Washington Post no Rio de Janeiro, viralizou neste fim de semana ao relatar sua surpresa com o atendimento gratuito e eficiente que recebeu do Sistema Único de Saúde (SUS) após um acidente em Paraty, no sul do estado. O episódio reacendeu o debate sobre o acesso à saúde pública no Brasil e nos Estados Unidos.
McCoy sofreu um corte profundo na cabeça ao bater no porta-malas do carro durante uma viagem em família. Desorientado e com sangramento intenso, ele chegou a desmaiar e foi levado por uma ambulância a um hospital público da região. No local, recebeu atendimento completo: passou por exames de raio-X, tomografia, levou seis pontos na testa e recebeu medicação — tudo sem qualquer custo.
Apesar de viver há seis anos no Brasil, McCoy afirmou que nunca havia usado o sistema público de saúde. Em artigo publicado no Washington Post, ele descreveu o atendimento como “eficiente, humano e gratuito”, contrastando com a realidade dos Estados Unidos, onde uma ida ao pronto-socorro pode custar milhares de dólares mesmo com seguro.
O jornalista destacou que, ao recobrar a consciência, seu primeiro pensamento foi: “quanto isso vai me custar?”. Ao saber que não precisaria pagar nada, sentiu-se aliviado. “Não me pediram documento, não me perguntaram se eu tinha plano, não pediram autorização prévia. Me atenderam simplesmente porque eu precisava”, escreveu.
Importância do SUS
McCoy também reconheceu os desafios enfrentados pelo SUS, como filas, greves e subfinanciamento, mas apontou a importância de um sistema universal de saúde garantido pela Constituição. Para ele, o fato de o Brasil atender gratuitamente não só cidadãos, mas também estrangeiros residentes, representa um modelo de solidariedade que falta nos Estados Unidos.
O relato teve grande repercussão nas redes sociais e reforçou o valor do SUS como política pública essencial, especialmente em tempos de crise. Em contraste, milhões de americanos seguem sem cobertura de saúde ou enfrentam dívidas médicas altíssimas, mesmo em casos de emergência.
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