As equipes de pediatria das maternidades da Prefeitura de Goiânia — Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) e Maternidade Nascer Cidadão (MNC) — reforçam a importância do Teste do Pezinho.
O alerta faz parte é em alusão ao Junho Lilás, campanha dedicada à conscientização sobre a necessidade da triagem neonatal em recém-nascidos como medida essencial para a prevenção de doenças graves e irreversíveis. O exame é obrigatório no Brasil e os bebês devem fazer o teste, preferencialmente, entre o 3º e o 5º dia de vida.
Em 2024, as três maternidades municipais realizaram mais de 5,2 mil testes. De acordo com a coordenadora médica da pediatria do HMDI, Bárbara Biage, o exame é simples e seguro. “A coleta é feita diretamente no leito, após 48 horas de vida do bebê. A partir de algumas gotas de sangue retiradas do calcanhar, conseguimos identificar doenças sérias que, se não tratadas precocemente, podem causar sequelas neurológicas, deficiências ou até mesmo levar à morte”, explica.
“Se o teste apresentar alguma alteração, a mãe é contatada para uma nova coleta, feita com o apoio da Apae Goiânia. Já nos casos em que o bebê recebe alta antes do exame, orientamos que os responsáveis retornem à maternidade ou procurem uma unidade básica de saúde até o sétimo dia de vida da criança”, esclarece a pediatra.
Teste feito pelo SUS
Atualmente, o Teste do Pezinho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) abrange seis doenças. Todas elas têm o potencial de causar danos irreversíveis à saúde do bebê, caso um médico não as identifiquem e façam o tratamento correto precocemente. Entre elas estão: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Conforme os especialistas, todas essas condições têm tratamento mais eficaz quando iniciado nas primeiras semanas de vida.
Além disso, a especialista ressalta que o Teste do Pezinho é um dos pilares do Programa Nacional de Triagem Neonatal. Sua criação e incorporação ao SUS foi em 1992. “É uma política pública consolidada, com foco na prevenção e no cuidado com a primeira infância. Trata-se de um investimento no futuro da criança e também no fortalecimento da saúde pública brasileira”, pontua Bárbara Biage.
Embora a Lei nº 14.154, sancionada em 2021, tenha ampliado de seis para 50 o número de doenças raras que o teste pode rastrear, a rede pública ainda não implementou essa mudança. A previsão é que a rede pública implemente essa expansão nos próximos anos. “Quanto mais cedo identificarmos essas doenças, maiores são as chances de tratamento eficaz e qualidade de vida para essas crianças”, finaliza a médica.
Leia também: Casos de síndrome respiratória em idosos e crianças continuam em alta