A nova edição do boletim Economia em Números da ADIAL Goiás traça um panorama detalhado sobre os registros civis, comportamento e demografia no estado de Goiás, revelando tendências marcantes nos últimos anos, especialmente no que diz respeito a casamentos, divórcios e nascimentos.
Entre 2014 e 2023, Goiás e sua capital, Goiânia, apresentaram uma expressiva redução no número de casamentos. Em Goiás, os registros caíram de 43.254 em 2014 para 32.259 em 2023, uma retração de 25,5%.
Goiânia também seguiu a tendência, com uma queda de 15% no mesmo período. A pandemia de COVID-19 impactou esse comportamento, e mesmo após o retorno das atividades presenciais, os números ainda não voltaram aos patamares anteriores.
Mudança no perfil etário dos noivos
Outro dado interessante revelado pelo estudo é o aumento dos casamentos entre pessoas com mais de 40 anos. Em 2023, 7.880 mulheres e 9.152 homens com 40 anos ou mais disseram “sim” em Goiás, um aumento considerável se comparado a 2014, quando os números eram de 6.379 e 6.810, respectivamente.
Mas em contrapartida, casamentos entre pessoas com menos de 30 anos estão em declínio. Em 2014, 25.667 mulheres nessa faixa etária se casaram, contra 21.590 homens. Já em 2023, os números caíram para 16.026 (mulheres) e 12.954 (homens).
Casamentos homoafetivos em alta
Entre 2014 e 2023, o número de casamentos homoafetivos cresceu significativamente em Goiás. Casais masculinos aumentaram em 95,7% e casais femininos em 431,7%, refletindo maior aceitação social e avanços legislativos. Por outro lado, houve uma leve queda (-2,2%) nos registros onde os cônjuges se identificaram com sexos diferentes.
Crescimento dos divórcios
Os dados também apontam um aumento no número de divórcios em Goiás. O estado está entre os dez que registraram as maiores variações no número de divórcios entre 2022 e 2023, com crescimento de 33,8%. O ranking é liderado por Mato Grosso (46,3%) e seguido por Goiás e Rio Grande do Norte (30,8%).
Nos últimos anos, os divórcios concedidos em 1ª instância ou por escritura pública em Goiás também cresceram: foram 20.633 em 2023, contra 18.489 em 2022 e 20.174 em 2020.
Nascimentos, óbitos e crescimento vegetativo
Em 2023, Goiás registrou 91.319 nascimentos, sendo 51% de bebês do sexo masculino. A taxa de crescimento vegetativo (nascidos vivos menos óbitos) foi de 42.784 em 2023 — ligeiramente acima do registrado em 2022 (42.218), mas ainda distante dos números de 2014, que ultrapassaram os 59 mil.
A pandemia impactou profundamente os registros vitais. Os anos de 2020 e 2021 marcaram quedas no número de nascimentos e picos nos óbitos. Embora tenha havido recuperação, o estado ainda não retomou os níveis pré-pandêmicos. Além disso, o número de mortes caiu 12,6% de 2022 para 2023, o que indica um possível retorno à normalidade demográfica.
Leia também: Brasil registra saldo de mais de 257 mil novos empregos em abril