- Milei deve pedir desculpas ao Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (26/6) que o presidente da Argentina, Javier Milei, tem que pedir desculpas ao Brasil.
De acordo com Lula, o presidente do país vizinho “falou muita bobagem” sobre ele e o Brasil.
A Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul, mas Lula e Milei ainda não se reuniram após a posse do argentino.
“Eu não conversei com o presidente da Argentina porque eu acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim, ele falou muita bobagem. Eu só quero que ele peça desculpas”.
“A Argentina é um país que eu gosto muito, é um país muito importante para o Brasil, o Brasil é muito importante para a Argentina, mas não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina”, disse Lula em entrevista ao Portal Uol.
“O povo argentino e o povo brasileiro é maior do que os presidentes e eles querem viver bem, quer viver em paz. Então, se o presidente da República da Argentina governar a Argentina já está de bom tamanho, mas não tem que governar o mundo”, acrescentou Lula.
Javier Milei, autodenominado “anarcocapitalista”, foi eleito presidente em uma coligação conservadora e se coloca como representante de um liberalismo extremo.
Durante a campanha eleitoral, criticou abertamente o presidente Lula e ameaçou cortar relações com o Brasil.
Foragidos 8/1
Outro tema que está na mesa das autoridades dos dois países são os foragidos de 8 de janeiro.
Pois, na semana passada, o Itamaraty recebeu do governo da Argentina uma lista com nomes de brasileiros que cumpriam medidas cautelares por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, e estão foragidos no país vizinho.
O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que foi quem solicitou ao Itamaraty que fizesse a consulta ao governo argentino.
Lula defende que, aqueles que já estiverem condenados, sejam extraditados ou cumpram a pena na Argentina, pois, segundo o presidente, o tema está sendo tratado “da forma mais diplomática possível”.
Os trâmites para uma eventual extradição para o Brasil dependem de pedido formal pelo Judiciário e são de responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Mas no que diz respeito à cooperação jurídica internacional, o Itamaraty atua de forma auxiliar na tramitação de documentos.
Fonte: Agência Brasil
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