A Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU, divulgou nesta quarta-feira (28/05) um relatório que aponta para um cenário alarmante de aquecimento global nos próximos cinco anos. Segundo a agência, há 80% de chance de que, entre 2025 e 2029, o planeta registre o ano mais quente da história já documentada.
De acordo com a OMM, as temperaturas médias globais no período devem ficar entre 1,2°C e 1,9°C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900). Além disso, há uma probabilidade de 70% de que a média quinquenal ultrapasse o limite de 1,5°C estabelecido como meta no Acordo de Paris. Embora a superação temporária dessa marca não configure uma violação formal do acordo — que considera médias de longo prazo —, o dado reforça a tendência de aquecimento acelerado do planeta.
“Ainda que a chance de um ano ultrapassar 2°C de aquecimento seja hoje de apenas 1%, essa possibilidade tende a crescer caso as emissões de gases de efeito estufa sigam no ritmo atual”, alertou o climatologista Adam Scaife, do Met Office do Reino Unido. “É chocante que os 2°C sejam plausíveis”, completou.
Regiões polares
O relatório também destaca o impacto do aquecimento nas regiões polares. No Ártico, por exemplo, a previsão é de aquecimento de até 2,4°C acima da média recente nos próximos cinco invernos. Isso pode acelerar o derretimento das geleiras e afetar profundamente os ecossistemas locais.
Mudanças regionais significativas no clima também são esperadas. A OMM prevê aumento de chuvas no Sahel e no norte da Europa. Além disso, há previsão de períodos mais secos em áreas sensíveis como a Amazônia, que já enfrenta pressões severas devido ao desmatamento.
A agência reforça a necessidade urgente de reduzir as emissões de combustíveis fósseis para evitar consequências ainda mais drásticas. O documento divulgado pela ONU serve como um alerta global e antecede a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro de 2025 em Belém (PA). A expectativa é que os dados alarmantes mobilizem governos e sociedade civil a acelerar medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
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