Polícia Civil investiga desvio de R$ 10 milhões na Saúde de Goiânia

Polícia Civil investiga desvioFoto: Divulgação/Polícia Civil

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A Polícia Civil de Goiás deflagrou, nesta terça-feira (17/12), a operação “Speedy Cash”, que investiga o desvio de R$ 10 milhões em recursos públicos na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. A ação cumpre cinco mandados de prisão temporária e 17 de busca e apreensão em Goiânia e Anápolis.

Entre os alvos estão o ex-secretário municipal de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, e o ex-secretário-executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique. Além deles, a operação mira o ex-presidente e o procurador de uma associação privada sem fins lucrativos e a sócia-administradora de uma empresa envolvida no esquema.

De acordo com as investigações, o esquema teria sido viabilizado por meio de um convênio assinado entre a SMS e uma associação privada. O contrato previa a aquisição de equipamentos para serviços de saúde móvel, a realização de palestras e pesquisas relacionadas à acessibilidade e ao microbioma intestinal em pacientes com Doença de Crohn grave submetidos a transplante de células-tronco hematopoéticas.

Núcleos criminosos

Durante as apurações, a Polícia Civil identificou a existência de dois núcleos criminosos. O “intraneus” seria composto por agentes públicos da Secretaria Municipal de Saúde, responsáveis por viabilizar o convênio e o suposto desvio dos recursos. Já o “extraneus” incluiria membros da associação privada e da empresa envolvidas, que teriam se apropriado de mais de R$ 9 milhões repassados a partir desse contrato.

Cronologia do esquema

A polícia detalhou o passo a passo da atuação dos suspeitos. Em 19 de julho deste ano, durante seu período como secretário interino da SMS, Quesede Ayres Henrique recebeu uma solicitação do presidente da associação privada para firmar o convênio e liberar os R$ 10 milhões. Ele teria impulsionado o processo administrativo sem publicidade, cotação de preços ou exigência de documentação técnica, desconsiderando orientações da Procuradoria-Geral do Município.

Seis dias após o início do processo, Quesede efetuou a ordenação da despesa e emitiu uma nota de empenho no valor total do convênio em 25 de julho. Já no dia 16 de agosto, quando Wilson Pollara já havia retornado ao cargo, ele assinou o termo de convênio, oficializando a parceria irregular.

A investigação apura os crimes de peculato e associação criminosa, apontando que o convênio foi utilizado para facilitar o desvio dos recursos públicos. A Polícia Civil segue com as diligências para aprofundar o caso e responsabilizar os envolvidos.

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