Polícia diz ter impedido ataque com explosivos no show de Lady Gaga

Suspeito de liderar ação é preso no Rio Grande do Sul

Polícia impediu ataque com explosivosFoto: Alexandre Macieira/Riotur

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou neste domingo (04/05) que impediu um ataque com explosivos improvisados no show da cantora americana Lady Gaga, que reuniu 2,1 milhões de pessoas na praia de Copacabana, na noite de sábado (03/05). Um homem apontado como líder do plano foi preso no Rio Grande do Sul.

De acordo com o comunicado, a ação que impediu o ataque contou com várias delegacias, inclusive de fora do estado, e teve apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O alvo foi uma quadrilha que atuava na internet, cooptando pessoas para cometer crimes e transmiti-los ao vivo.

O grupo disseminava discurso de ódio e preparava um plano, “principalmente contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+”, diz a polícia.

O homem detido no sul do país foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. A polícia não divulgou sua identidade. Além disso, os agentes apreenderam um adolescente por armazenamento de pornografia infantil no Rio de Janeiro.

Investigação

Uma investigação identificou que os envolvidos recrutavam pessoas, bem como adolescentes, para promover ataques integrados com uso de explosivos improvisados e coquetéis molotov. O alerta partiu da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil.

O plano era tratado como um desafio coletivo, com o objetivo de obter notoriedade nas redes sociais. Os alvos da operação atuavam em plataformas digitais, promovendo a radicalização de adolescentes, a disseminação de crimes de ódio, automutilação, pedofilia e conteúdos violentos como forma de pertencimento.

Como desdobramento da operação, os agentes policiais também foram a Macaé, norte do estado do Rio. Lá, eles cumpriram um mandado de busca e apreensão contra um indivíduo que também planejava ataques. De acordo com as informações, ele ameaçava matar uma criança ao vivo. O suspeito responde por terrorismo e induzimento ao crime.

A operação recebeu o nome de Fake Monster (falsos monstros, em inglês), referência à forma como Lady Gaga chama os fãs dela, little monsters (monstrinhos).

Quatro estados

Participaram da ação policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e da 19ª Delegacia de Polícia, em conjunto com o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). As diligências contaram também com a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da polícia do Rio.

Na ação, a polícia cumpriu 15 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias e Macaé, no estado do Rio. Em São Paulo, os policiais atuaram em Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista. Também cumpriram mandados em São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul; e Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso. O trabalho contou com o apoio de policiais civis desses estados.

Nos endereços, os agentes apreenderam dispositivos eletrônicos, bem como outros materiais que passarão por análise.

De acordo com a Polícia Civil, o objetivo da operação era neutralizar as condutas criminosas para que não houvesse qualquer impacto para os frequentadores do show, evitando pânico ou distorção das informações.

Roubo de celulares

Em outra frente de atuação, a Polícia Civil do Rio informou que prendeu, no sábado, 16 pessoas que fariam parte da maior quadrilha de roubo, furto e receptação de aparelhos de telefone celular no estado. A polícia surpreendeu a organização quando os integrantes se preparavam para receber telefones subtraídos por integrantes do grupo durante o show de Lady Gaga em Copacabana.

Dos 16 presos, quatro são possíveis líderes. Além dos roubos, eles comandavam o esquema de distribuição e revenda no mercado paralelo. Alguns deles chegavam a vender cursos virtuais para desbloqueio de celulares.

Conforme a investigação, a quadrilha mantinha um escritório equipado com softwares e ferramentas tecnológicas de ponta para desbloqueio de aparelhos. Além da atuação cotidiana, os suspeitos tinham forte presença em grandes eventos.

A polícia recuperou cerca de 200 aparelhos de celular e seis notebooks, além de máquinas de cartão e peças de celulares.

Agência Brasil

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