Professores de Aparecida de Goiânia entram em greve

Prefeitura propõe pagamento do novo piso já a partir da folha de maio

Professores da rede municipalFoto: Sintego

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Professores e técnicos administrativos da rede municipal de Aparecida de Goiânia iniciaram uma greve nesta terça-feira (29/04), após rejeitarem a proposta da prefeitura para o pagamento do Piso Nacional dos Professores. A paralisação afeta milhares de alunos e atinge, até o momento, 93 unidades escolares. Treze estão com atividades totalmente paralisadas e 43 operam parcialmente. Outras 37 seguem funcionando normalmente.

A proposta da prefeitura foi apresentada em reuniões realizadas nos dias 25 e 28 de abril. Ela prevê o pagamento do novo piso já a partir da folha de maio. Além disso, a gestão sugeriu a criação de uma mesa de negociação permanente. O objetivo é discutir o pagamento do retroativo dos meses de janeiro a abril, além de outras reivindicações da categoria. “Estamos fazendo todos os esforços possíveis para pagar o piso dos profissionais da educação, o que é justo, mas herdamos uma dívida de mais de R$ 500 milhões da gestão anterior e ainda estamos quitando acertos salariais de dezembro”, afirmou a secretária municipal de Educação, Professora Núbia Farias.

A administração municipal garantiu o envio imediato de um projeto de lei à Câmara Municipal. A medida vai regulamentar o reajuste. A prefeitura também destacou a adoção de uma política de austeridade desde janeiro de 2025. De acordo com a gestão, já foram quitados R$ 58 milhões em débitos da folha de dezembro de 2024. Além disso, os salários dos servidores vêm sendo pagos rigorosamente em dia. “O município não se nega a pagar os servidores. Mas é preciso atuar com responsabilidade para não comprometer os serviços públicos essenciais e a própria folha de pagamento”, afirmou o procurador-geral do Município, Fábio Camargo.

Sintego

Apesar da abertura ao diálogo, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) decidiu deflagrar a greve. A categoria rejeitou a proposta por não conter um cronograma para o pagamento dos valores retroativos. De acordo com a presidente do sindicato, Bia de Lima, “as perdas salariais giram em torno de 23%”.

Na última rodada de negociações, o Sintego apresentou uma contraproposta sugerindo que a prefeitura inicie o pagamento do piso e da data-base em maio e pague um terço de férias aos professores que entrarão em recesso em julho. A prefeitura ainda não se manifestou sobre essa contraproposta.

Além do piso salarial, a categoria também cobra a realização de concurso público — suspenso por decisão judicial — e a concessão de titularidades para técnicos administrativos, tema que também depende de parecer do Judiciário. “Permanecemos abertos ao diálogo para chegarmos a um denominador comum que não prejudique os serviços públicos nem os servidores da Educação”, concluiu o procurador-geral Fábio Camargo.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação reafirmou seu compromisso com a transparência. A pasta ainda declarou que busca soluções que respeitem os limites orçamentários e garantam os direitos dos profissionais da educação.

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