Há exatos 40 anos, o Brasil se despedia de uma de suas vozes mais autênticas e comoventes: Cora Coralina. A poetisa, que faleceu em 10 de abril de 1985, aos 95 anos, segue viva na memória coletiva como símbolo de resistência, sensibilidade e sabedoria popular.
Nascida Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, em 1889, na antiga Vila Boa de Goiás – hoje cidade de Goiás – Cora se tornou referência literária. Ela retratava o cotidiano das mulheres simples, das ruas de pedra, dos becos silenciosos e da luta diária dos invisíveis. Cora publicou seu primeiro livro aos 75 anos, depois de uma vida dedicada aos filhos, à lida como doceira e à escrita, sempre feita à mão, à beira do fogão ou à luz da madrugada.
“A vida me fez assim: mulher de sentimentos fortes, palavras mansas e coragem silenciosa”, escreveu em um de seus textos. Essa coragem silenciosa é, até hoje, reverenciada por leitores, pesquisadores e admiradores que veem em sua obra a expressão mais pura da alma brasileira.
A casa onde viveu e escreveu, às margens do Rio Vermelho, se tornou um museu e é um dos principais pontos turísticos de Goiás.
Cora Coralina é uma das maiores vozes femininas da literatura nacional, embora só tenha conseguido o reconhecimento em vida tardiamente. Carlos Drummond de Andrade foi um dos que a elogiou. Além disso, ele a chamou de “poetisa de grande força e rara humanidade”.
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