Sandro Mabel planeja novo aterro sanitário em Goiânia

Prefeito explica que município não pode arcar com custo de R$ 12 milhões mensais para aterro privado e que em um ano espera resolver o problema do depósito definitivamente

Mabel câmara de vereadoresFoto: Alex Malheiros

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O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, disse hoje que planeja construir novo aterro sanitário, em área ao lado do atual, na região noroeste de Goiânia. Mabel descartou a possibilidade de a prefeitura arcar com o custo mensal de R$ 12 milhões para fazer a deposição em aterros privados em cidades vizinhas e disse que tem condições de resolver o problema em um ano.

Ele falou sobre o assunto durante a abertura da 20ª Legislatura da Câmara Municipal de Goiânia. A questão do aterro já foi tratada com representantes do Ministério Público (MP) estadual e com a titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, na segunda-feira (3/2).

“A definição é que o município não tem condição de pagar mais 12 milhões de reais para manter aterro fora. Eu não tenho condição de pagar isso daí. Ontem expliquei para a nossa secretária do Meio Ambiente estadual”, conforme afirmou o prefeito, acrescentando que está buscando uma forma de continuar usando o atual aterro sanitário até o novo ficar pronto.

“Eu quero fazer um aterro novo ao lado daquele aterro, uma estrutura equilibrada. O atual custa muito caro, é muito inoperante, os caminhões têm dificuldade para subir. É melhor eu pegar R$ 12 milhões (que seriam destinados a um aterro privado) e colocar nesse aterro, novo, bacana”, assim justificou o prefeito.

Aterro atual

Depois que a estrutura estiver pronta, a intenção é requalificar o atual aterro e dar destino aos resíduos. “O que não dá é pegar R$ 12 milhões e sair jogando em aterro de terceiro e continuar com esse problema aqui dentro da cidade”, pontuou o prefeito. Assim ele espera sensibilizar a Semad para o assunto.

“Cheguei ao ponto de falar para a secretária que eu não tenho dinheiro para isso e que antes foi dado prazo de 20 anos, mas bem na minha vez, logo quando eu estou entrando, preciso de um prazo. Eu vou arrumar o novo aterro em um ano”, assegurou.

Balanço

Mabel também apresentou um balanço dos primeiros 30 dias de sua gestão aos vereadores. Ele lembrou que assumiu a prefeitura com cerca de R$ 4 bilhões em dívidas, dos quais R$ 800 milhões só na saúde.

“Estamos colocando as contas da nossa gestão em dia, pagando em dia. Só para os médicos pagamos duas vezes (dezembro e janeiro). Estamos fazendo corte para todo lado para conseguir manter a folha. A saúde tem melhorado, nós estamos conseguindo abrir um serviço pediátrico 24 horas em todas as unidades”, assim pontuou.

Ontem autorizou uma compra emergencial de remédios e insumos para não deixar faltar nas unidades de saúde. Na educação, o prefeito computou a criação de 6 mil vagas. “Essas coisas nós vamos corrigir, porque a dificuldade financeira é muito grande”, reconheceu.

O presidente da Câmara, Romário Policarpo, acredita que a relação com o Executivo será harmoniosa. “A minha relação com o prefeito Sandro Mabel é de amizade. Vivemos juntos essa campanha desde o início. Foi o projeto em que o meu partido confiou, foi o projeto em que eu pessoalmente confiei. Então, da minha parte, pelo menos, será uma relação harmoniosa, porque eu acredito que o projeto que ele tem para Goiânia é aquele que colocará a cidade nos trilhos”, disse.

Falando em nome da oposição, a vereadora Kátia Maria afirmou que é preciso reestruturar as políticas de Goiânia, chamando a atenção para as partes ambiental e de saúde. “Temos também a questão da limpeza da cidade, que nós queremos acompanhar, porque de verdade nós precisamos ter Goiânia limpa, mas sem sobrepor os recursos da prefeitura”, propôs.

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