O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (10/06), às 9h, o segundo dia de interrogatórios dos réus do núcleo 1 da trama golpista ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro.
O primeiro depoimento será do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. De acordo com investigações da Polícia Federal (PF), o almirante teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro para ações golpistas.
A fala do militar teria ocorrido durante reunião realizada em 2022 com os comandantes das Forças Armadas. Durante o encontro, Bolsonaro apresentou estudos para decretação de estado de sítio e de operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes interrogará os demais réus em ordem alfabética. A previsão é de que a audiência termine às 20h.
Confira a ordem dos depoimentos
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, general de Exército e ex-ministro de Bolsonaro.
Primeiro dia
Ontem (09/06), no primeiro dia de interrogatório, foram ouvidos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem sobre as acusações de participação na trama.
Cid confirmou que esteve presente em reunião na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro viu documento que previa a decretação de medidas de estado de sítio e prisão de ministros do STF.
O militar também confirmou que recebeu dinheiro do general Braga Netto para que repassasse ao major do Exército Rafael de Oliveira, integrante dos kids-pretos, esquadrão de elite da força.
Além disso, Ramagem negou ter usado o órgão para monitorar ilegalmente a rotina de ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o governo de Jair Bolsonaro.
Interrogatórios
Até a próxima sexta-feira (13/06), Alexandre de Moraes vai interrogar presencialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além dele, Moraes vai interrogar Braga Netto e mais seis réus. De acordo com a acusação, eles participaram do “núcleo crucial” de uma trama para impedir a posse de Lula após o resultado das eleições de 2022.
O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento do ex-presidente e dos demais réus ocorra no segundo semestre deste ano.
Portanto, em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão.
Agência Brasil
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