As autoridades policiais em Torres (RS) investigam Deise Moura dos Anjos, 39 anos, sob a suspeita de matar família envenenada com sobremesas contaminadas com arsênio. A polícia desconfia que ela vem cometendo homicídios em série.
O caso veio à tona após a morte de três familiares que ingeriram um bolo envenenado na véspera de Natal de 2024. O veneno foi colocado na farinha de trigo. A sogra de Deise, que fez o bolo, está internada em estado grave.
Mas as mortes não são as únicas. De acordo com informações preliminares, a investigação revelou a presença da substância tóxica arsênio no corpo das vítimas. A descoberta levou a polícia investigar a morte do sogro da acusada, ocorrida em setembro do ano passado.
A causa na certidão de óbito foi intoxicação alimentar, mas a polícia fez a exumação do corpo na semana passada e concluiu a presença de arsênio. Na época, o homem havia ingerido bananas com leite em pó levadas por Deise.
Ela tentou cremar o corpo do sogro, mas a família não quis. Quando a sogra quis investigar a morte do marido, Deise pediu para não falar do assunto alegando que seu marido (filho da vítima) estava em sofrimento.
Segundo a delegada Sabrina Deffente, responsável pelo caso, Deise pesquisou, adquiriu e utilizou o veneno deliberadamente para causar as mortes.
“A suspeita demonstrou uma postura fria e tentou, inclusive, apagar provas para evitar que fosse incriminada”, afirmou Deffente. Após a morte do sogro, Deise teria tentado agilizar a cremação do corpo como forma de ocultar evidências.
Planejamento detalhado
Durante as investigações, foi constatado que Deise realizou pesquisas na internet sobre venenos, incluindo a água-tofana, substância usada historicamente em envenenamentos no século XVII. As buscas levaram ao arsênio, o que reforça a suspeita de premeditação nos crimes.
Impacto nas investigações
O caso tem despertado grande atenção pela meticulosidade e frieza atribuídas à suspeita. As autoridades acreditam que a mulher tenha cometido os crimes por um longo período sem levantar suspeitas.
Uma coletiva foi realizada na manhã da última sexta,10, quando detalhes adicionais sobre a motivação e a amplitude das ações de Deise foram apresentados. As investigações continuam para identificar outras possíveis vítimas e confirmar a sequência de eventos que levou aos homicídios.
Em Goiás, caso semelhante ocorreu com envenenamento de bolos do pote, que mataram duas pessoas em 2023. A advogada Amanda Partata, insatisfeita com o término de um namoro, envenenou a família do ex. Duas pessoas morreram, o pai e avó do rapaz. Amanda está presa.
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