Sim, ela existe — e fica no Brasil. A poucos quilômetros da costa de São Paulo, a Ilha da Queimada Grande, também conhecida como Ilha das Cobras, carrega um título digno de arrepiar: é considerada o local com maior densidade de cobras venenosas do planeta.

A fama não é exagero. De acordo com pesquisadores, estima-se que existam de uma a cinco jararacas-ilhoas (Bothrops insularis) por metro quadrado. Endêmica da ilha, essa espécie de serpente não é apenas exclusiva do lugar: é também extremamente venenosa. Tanto que seu veneno é mais potente do que o das jararacas do continente, uma adaptação evolutiva para capturar aves migratórias, suas principais presas.

Além disso, o cenário é tão perigoso que turistas não têm acesso à ilha. Só pesquisadores autorizados, sob rigoroso controle da Marinha e do Instituto Chico Mendes (ICMBio), podem desembarcar por lá — sempre com equipamentos de proteção e cuidados extremos.

Localizada a cerca de 35 km do município de Itanhaém, no litoral paulista, a ilha está desabitada há décadas. Até o farol que existia lá passou a funcionar de forma automática, justamente para evitar a presença constante de seres humanos.

Além do perigo natural, a Ilha da Queimada Grande é uma relíquia da biodiversidade brasileira. Por ser o único habitat da jararaca-ilhoa — hoje em risco de extinção — ela representa um ponto de atenção global para a ciência, bem como para a conservação ambiental.

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