O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) lançou, nesta sexta, 16, primeiro dia oficial da campanha eleitoral uma ferramenta de checagem para auxiliar no combate às fake news e deepfakes. A GuaIA, desenvolvida em parceria com o Instituto de Informática (INF) da Universidade Federal de Goiás (UFG), analisará publicações em sites e redes sociais, além de vídeos e áudios que possam ter sido manipulados com o intuito de gerar notícias destorcidas e enganosas sobre esta Justiça especializada e o processo eleitoral brasileiro.
A iniciativa foi implementada após consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio de ofício, quanto à existência de software similar no âmbito daquela instituição. Em resposta, a Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) informou que na Corte Superior não foi desenvolvida nem está em desenvolvimento solução de inteligência artificial que atue no combate à desinformação.
O TER-GO buscou parceria com a Universidade Federal de Goiás e nasceu a GuaIA. “O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás está na vanguarda. Nós faremos a identificação de fake news em todas as indicações de falsas notícias, de falsas informações. Em textos, em áudios e imagens. Temos uma ferramenta de ponta, desenvolvida aqui. É nossa, para o meu orgulho, para o orgulho do TRE!”, declarou o presidente do TRE-GO, desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, em discurso de abertura da solenidade de lançamento da GuaIA.
Representando a Reitoria da Universidade, o pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, professor doutor Felipe Terra Martins, agradeceu ao Tribunal pela parceria e por confiar na produção científica da instituição. “A Universidade Federal de Goiás não perde em nada para nenhuma outra universidade, em especial com relação à inteligência artificial e com o desenvolvimento de soluções. Ela está na vanguarda, está na fronteira. É muito bom que o Brasil e o mundo se surpreendam, cada vez mais, com a UFG”, afirmou o professor.
As funcionalidades e mecanismos da GuaIA foram apresentados pelo chefe do Departamento de Informática da Federal goiana, professor doutor Eliomar Araújo de Lima, um dos desenvolvedores do projeto.
O projeto piloto terá duração de 14 meses, com execução prevista no período de agosto de 2024 a setembro de 2025. Durante este tempo, o uso da ferramenta será restrito aos gabinetes dos desembargadores eleitorais e ao Ministério Público do Estado. O 1º grau da jurisdição, demais órgãos públicos e membros da sociedade comum terão acesso ao programa posteriormente, após refinamento do sistema.
Na fase inicial do projeto, os eleitores e eleitoras poderão fazer denúncias de conteúdos suspeitos por meio de link que será disponibilizado no portal do Tribunal.
Identidade visual
A escolha do nome do projeto se refere aos povos originários que habitavam a região, especialmente os Guaiás (ou “Goyazes”, “Guoyá”, “Goyá”), que pertenciam ao tronco linguístico Macro-Jê e viviam na área muito antes da chegada dos colonizadores europeus.
A nomenclatura remete também ao Rio Araguaia, um dos principais rios do Brasil, que desempenha um papel significativo na história e cultura do Estado de Goiás, além de ser um elemento natural fundamental para os povos originários da região, como os Guaiás.
O símbolo do projeto foi criado baseado nos quesitos inteligência, fluidez, modernidade e pessoalidade.