Paris reabre o rio Sena para banhistas após mais de um século de proibição

Retorno dos banhistas é resultado de um ambicioso projeto de revitalização ambiental, que investiu cerca de 1,4 bilhão de euros

Rio Sena

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Pela primeira vez em 102 anos, o rio Sena, em Paris, voltou a ser liberado para banho público. A reabertura ocorreu neste sábado (05/07), marcando o fim de uma proibição que vigorava desde 1923. O retorno dos banhistas é fruto de um ambicioso projeto de revitalização ambiental, que investiu cerca de 1,4 bilhão de euros em obras de saneamento, monitoramento e infraestrutura urbana.

A liberação ocorre no embalo do legado dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, cujas provas de triatlo e maratona aquática ocorrerão nas águas do rio. O projeto batizado de Swimming Plan começou em 2018 e envolveu a construção de reservatórios, melhorias no tratamento de esgoto e a ligação de barcos residenciais e edificações à rede de saneamento da capital francesa.

Três pontos receberam autorização oficial para o banho, com estrutura de apoio como escadas, vestiários, chuveiros e presença de salva-vidas. As zonas balneáveis ficam próximas à Torre Eiffel, à Île Saint-Louis e no Quai de Bercy, e devem receber cerca de mil pessoas por dia até o fim de agosto.

Monitoramento

As autoridades farão um monitoramento diário da qualidade da água com testes que verificam a presença de bactérias como E. coli e enterococos. Além disso, as autoridades adotaram um sistema de bandeiras (verde e vermelha) para indicar, em tempo real, se banhistas têm autorização para entrar no rio. Chuvas intensas ainda representam risco à balneabilidade, já que podem sobrecarregar a rede de esgoto e comprometer a limpeza da água.

Para muitos moradores e turistas, a possibilidade de nadar no Sena é um símbolo de reconciliação entre a cidade e o rio que a corta. Contudo, apesar do entusiasmo, ainda há quem encare a mudança com desconfiança. Moradores relataram receio quanto à segurança sanitária e questionam se a água ainda terá qualidade nos próximos verões. Conforme as autoridades, a expectativa é de que a liberação seja permanente, servindo como exemplo global de recuperação de corpos hídricos urbanos.

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