Pais têm filhos preferidos? A ciência diz que sim e que isso é mais comum do que se imagina. A ideia de que todos os filhos são amados da mesma forma costuma ser defendida por muitos pais, mas a ciência sugere uma realidade bem mais complexa. Pesquisadores em psicologia familiar revelam que pais demonstram favoritismo de forma real e bastante comum, mesmo sem verbalizá-lo.
Um estudo da Universidade da Califórnia aponta que mais de 70% dos pais admitem tratar um filho de forma diferente dos demais. Conforme a pesquisa, publicada em 2010, 70% das mães e 74% dos pais admitem favorecer um filho em detrimento dos outros. O estudo analisou 768 pais e mães, identificando que os filhos mais velhos frequentemente recebiam mais atenção e afeto dos pais.
Essa preferência pode ser consciente ou inconsciente e está associada a fatores diversos, como semelhança de personalidade, ordem de nascimento, sexo da criança, comportamento e até necessidades específicas de um dos filhos.
Apesar de parecer inofensivo, o favoritismo pode ter efeitos duradouros. Especialistas alertam que ele pode provocar conflitos entre irmãos, gerar baixa autoestima em quem se sente menos valorizado e até influenciar negativamente a vida adulta, afetando a confiança em relacionamentos. Curiosamente, até o filho favorecido pode sofrer, seja pela pressão por desempenho ou por sentir-se constantemente observado e cobrado.
Para minimizar esses impactos, psicólogos recomendam que os pais desenvolvam autoconhecimento emocional e façam um esforço consciente para oferecer atenção e afeto de forma equilibrada. Amor igual, dizem os especialistas, não exige tratamento idêntico, mas sim respeito às individualidades de cada filho.
Leia também: Você conhece os sinais de burnout? Entenda os riscos de um ambiente de trabalho tóxico